top of page

01 de fevereiro de 2024

Diz-se que Deus encarna para a proteção dos “sadhus”. Mas a palavra sânscrita “sadhu” aí não se refere a alguém que vive em um retiro nos Himalaias, e sim à pessoa virtuosa que constitui a realidade interna de cada um de vocês, uma vez que a aparência externa é apenas uma máscara que usam para criar para si mesmos uma ilusão de autoestima! Todos vocês são “sadhus”, pois são encarnações do amor, da paz e da imortalidade. Se permitirem que a crosta do ego vá se tornando rapidamente mais e mais espessa, a verdadeira natureza de vocês ficará maculada. No entanto, por meio da companhia de pessoas com a mente voltada para Deus e pela atenção sistemática dada ao autocontrole e ao autoaperfeiçoamento, é possível superar a ilusão que leva à identificação com o corpo e com as suas necessidades e desejos! Se vocês alimentarem uma vaca com mingau fermentado para que ela produza mais leite, este terá um odor desagradável. Da mesma forma, se o ser humano se envolver demasiadamente com as trivialidades do mundo, a sua conduta e o seu caráter se tornarão desagradáveis. (Discurso Divino, 7 de setembro de 1966)

Sri Sathya Sai Baba

02 de fevereiro de 2024

O ser humano é fundamentalmente divino; sendo assim, é natural que, quanto mais manifestar os atributos divinos do Amor, da Justiça, da Verdade e da Paz, mais alegria poderá desfrutar e transmitir. Por outro lado, quanto menos ele os manifestar, mais envergonhado deverá se sentir por estar vivendo em desacordo com a sua herança. A Árvore da Vida deve ser regada nas raízes; no entanto, hoje em dia, aqueles que planejam elevar o padrão de vida regam os galhos, as folhas e as flores. As raízes são as virtudes, e por isso devem ser nutridas para que as flores das ações, palavras e pensamentos possam desabrochar com suave fragrância e produzir o fruto do serviço altruísta, cheio do suco doce da bem-aventurança. Planejar a aquisição de alimentos, roupas e moradia é promover apenas o bem-estar da carroça, ou seja, do corpo; façam igual planejamento em relação ao cavalo, isto é, em relação à mente, que deve usar esses e outros recursos materiais para o nobre propósito de “escapar do ego para o universal”. (Discurso Divino, 3 de agosto de 1966)

Sri Sathya Sai Baba

03 de fevereiro de 2024

A primeira dívida que todo ser humano tem é para com o Divino. A segunda é para com os sábios, e a terceira para com os próprios pais. Uma dívida é uma obrigação decorrente de algo que se recebeu de outras pessoas. Podemos facilmente identificar essas dívidas no corpo humano a partir das diversas forças divinas que estão presentes nele, nutrindo-o e protegendo-o. Essa energia divina que permeia todo o corpo é chamada de “Essência Divina”. Temos uma dívida de gratidão para com o Divino, que não apenas nos dotou com este precioso corpo humano, mas que também o sustenta. Só seremos capazes de desfrutar desses dons do Divino se resgatarmos essa dívida para com Ele. Como se deve fazer isso? Prestando serviço a outros corpos impregnados do mesmo Divino, praticando atos justos e consagrando todas as ações ao serviço da sociedade. A dívida para com o Divino deve ser quitada integralmente, nesta própria vida ou no transcorrer de muitas vidas futuras. Quanto mais cedo a quitarmos, mais cedo teremos a plena percepção da Divindade. (Discurso Divino, 10 de outubro de 1983)

Sri Sathya Sai Baba

04 de fevereiro de 2024

Repita “Soham” (“Eu sou Ele”) a cada respiração: “So” ao inspirar, e ”ham” ao expirar. “So” significa “Ele” e ”ham” quer dizer “eu”. Ao completar a inalação e a exalação, sinta que “So”, ou seja, o Senhor, e ”ham”, isto é, você, são Um! Posteriormente, após longa prática, a noção de “Ele” e “eu” como duas entidades separadas desaparecerá e não haverá mais “So” nem ”ham”. Esses sons se reduzirão às letras “O” e “M”, formando a sílaba sagrada “Om” ou o Pranava – o som cósmico primordial, símbolo do Absoluto. Repita esse som a cada respiração e isso o libertará da servidão dos nascimentos e mortes, pois é a contemplação do Pranava recomendada nos Vedas. Essa recitação do mantra “Soham” é um meio eficaz de evitar as divagações da mente. Mantenha a sua mente sempre imersa no Senhor; assim ela não se desviará para todas as direções, conforme os seus caprichos. É esse o significado da exortação de Krishna: “Renunciando a todas as outras atividades, entregue-se totalmente a Mim”. (Discurso Divino, 22 de maio de 1965)

Sri Sathya Sai Baba

05 de fevereiro de 2024

Os templos ajudam a abrandar os corações! Eles incutem as virtudes da compaixão e da caridade. A ganância e a crueldade se propagam em uma atmosfera em que não haja devoção e adoração a Deus. Transformem-se em templos ambulantes. Estejam cientes do Deus que habita em vocês. É Ele que os protege, provê as suas necessidades e evita que sejam vítimas de tendências perniciosas. O Uno é conhecido por muitos nomes e retratado de muitas formas. Existe apenas uma Verdade, mas as pessoas discernem um aspecto de cada vez, pois a sua visão é demasiado limitada para abranger a totalidade. O mais breve momento de paz, a mais tênue sensação de felicidade que se experimenta é apenas uma gota borrifada por uma onda do Oceano de Paz e Bem-Aventurança que é Deus! Sendo assim, por que nutrir ódio, competir pelo orgulho de possuir bens materiais e sofrer pesar e dor? É bom cooperar, amar, viver em harmonia e ter a consciência de que vocês são Ele e de que Ele é vocês! (Discurso Divino, 1º de junho de 1970)

Sri Sathya Sai Baba

06 de fevereiro de 2024

Tornem o seu coração sereno e cheio de alegria; compartilhem essa alegria com outras pessoas e adorem a Deus nessa forma encantadora. Se examinarem os requisitos necessários para prestar serviço altruísta, saberão que é essencial ter um coração puro, não contaminado por más qualidades como a vaidade, a ganância, a inveja, o ódio ou a competitividade. Saberão que, além disso, é necessário ter fé em Deus como fonte de vitalidade, virtude e justiça. O serviço altruísta é a adoração que se oferece a Deus no coração de todos. Jamais perguntem a uma pessoa de que país ou estado ela é, a que casta pertence ou qual credo professa. Vejam nela a sua forma favorita de Deus; na verdade, ela não é absolutamente “outra pessoa”. É a imagem de Deus, tanto quanto vocês também o são. Vocês não estão simplesmente ajudando “alguém”; estão adorando a Mim naquela pessoa. Sou Eu que está à sua frente naquela forma. Sendo assim, qual o motivo para o ego de vocês ser tão inflado? O dever é Deus; o trabalho é adoração. Até mesmo o menorzinho dos trabalhos é uma flor colocada aos Pés do Senhor. (Discurso Divino, 4 de março de 1970)

Sri Sathya Sai Baba

07 de fevereiro de 2024

Um pouco de reflexão lhes trará a atitude necessária para desenvolverem o desapego. Vocês possuem uma casa na cidade; vivem nela há alguns anos, consideram-na como sua e se orgulham dela. Protestariam com veemência se alguém colasse um cartaz em uma de suas paredes. Tomaram todas as providências para que ela fosse confortável e atraente e, assim, causasse ótima impressão. Até que um dia vocês vendem a casa e ela deixa de ser o objeto do seu apego! Ainda que um raio a atingisse, vocês não se perturbariam. A partir de então os terrenos comprados com o dinheiro da venda passaram a ser seus e a atrair todo o seu apego! Se acaso as águas de uma inundação os invadissem, vocês ficariam muito preocupados e correriam para todos os lados, tentando salvá-los dos danos! Mas, em seguida, vendem os terrenos e consideram o dinheiro ganho como seu; depositam-no em um banco e se apegam a ele! No entanto, o dinheiro que confiaram ao banco poderá ser emprestado a alguém de quem não gostem, que não se importarão. Então, o que é exatamente de vocês? A qual destes – à casa, aos terrenos, ao dinheiro – vocês se apegaram tão intensamente? A nenhuma dessas coisas. O seu apego era ao prestígio, ao conforto, à ostentação, à cobiça – sentimentos que surgiram na sua mente como desejos e impulsos. Isso significa que estavam apegados basicamente ao seu próprio ego. Foi esse o motivo que os induziu a reivindicar como seus, um após o outro, aqueles objetos! (Discurso Divino, 27 de março de 1966)

Sri Sathya Sai Baba

08 de fevereiro de 2024

O mundo hoje está dividido em facções e grupos que se odeiam e se atacam mutuamente. Nenhum método é considerado cruel demais se o objetivo é destruir o inimigo. Ninguém está consciente da Unidade inata, da corrente contínua da Divindade que anima cada ser vivo na Terra. Vocês têm agora o dever de demonstrar que nem tudo está perdido; que ainda existem pessoas que acreditam na Verdade, na Retidão, na Paz e no Amor; que atos de serviço amoroso prestados com espírito de humildade e reverência continuam a fazer as pessoas felizes; e que, enfim, está cada vez mais próximo o alvorecer do dia em que a fraternidade entre os seres humanos e a Paternidade de Deus brilharão em esplendor e beleza. Atualmente todos os esforços estão concentrados na produção de mais alimentos, na construção de mais moradias e na fabricação de mais roupas. No entanto, o que se faz mais necessário neste momento é um esforço total para que os seres humanos manifestem mais tolerância e humildade, mais fraternidade e compaixão e tenham uma consciência maior das fontes de alegria e paz que residem no coração de cada um. Este país, a Índia, deve estar na vanguarda dessa aventura espiritual. O amor é o solvente para os corações mais empedernidos. (Discurso Divino, 14 de novembro de 1975)

Sri Sathya Sai Baba

09 de fevereiro de 2024

Cada um de vocês deve realizar algum esforço espiritual para purificar a mente da luxúria e da ganância, da inveja e do ódio. Saiam do poço do ego para o Oceano do Espírito Universal, do qual vocês fazem parte. Forcem a mente a respirar a sublime atmosfera do Eterno, lembrando-se de Deus e da Sua glória a cada segundo, a cada respiração, ao repetirem qualquer um dos Seus nomes. Ou então se ocupem de alguma tarefa que os leve além do seu limitado ego até a mais vasta magnificência – uma tarefa na qual ofereçam a Deus o fruto das suas ações e dediquem o seu tempo e energia a compartilhar com o próximo a sua alegria, as suas habilidades ou o seu conhecimento. Ou, ainda, estejam sempre rodeados por pessoas devotadas a uma vida mais elevada – pessoas que os encorajem a prosseguir no caminho em direção à Meta. Por esses meios, vocês poderão obter a purificação da mente para que nela a Verdade possa se refletir com clareza! (Discurso Divino, 27 de março de 1966)

Sri Sathya Sai Baba

10 de fevereiro de 2024

O ser humano de hoje está dominado pelo egoísmo. Desejos insaciáveis preenchem todo o seu ser. O número de pessoas com tais características cresce descontroladamente. Como elas podem alcançar algo de grandioso na vida? Sua rotina diária consiste em ler jornais, assistir a programas em vídeo e ouvir o rádio. A cada momento, cresce seu apego às castas, aos credos e a interesses estreitos. Os seres humanos de hoje devem aprender a levar vidas inspiradas pela moralidade e pelo sacrifício. Atualmente, as relações humanas são regidas pela amizade ou pela inimizade. A mente é a causa desses sentimentos. O ódio é gerado pelos pensamentos do indivíduo. Podemos observar esse aspecto no ódio do rei-demônio Ravana pelo príncipe Rama, de Shishupala e Dhantavakra por Krishna, e dos irmãos Kauravas pelo príncipe Dharmaraja, que, por sua vez, era incapaz de odiar quem quer que fosse. Não há necessidade de se preocupar com a inimizade dos outros em relação a você. Desenvolva uma atitude amigável para com todos. Ignore os insultos alheios, pois eles servem apenas para reduzir os seus pecados e transferi-los a quem o insulta. Quando uma pessoa elogia outra, os méritos desta última se revertem para a primeira. Considere como seu amigo aquele que o critica, não aquele que o elogia. (Discurso Divino, 12 de julho de 1995)

Sri Sathya Sai Baba

11 de fevereiro de 2024

Não se esqueçam de Deus. O que vocês devem esquecer é o mundo material. Deus é onipresente, em todas as formas e lugares, conforme declara o hino védico Purusha Suktam. É tolice procurar Deus, que está dentro e fora de vocês. Quando indagaram ao santo e místico indiano Ramakrishna Paramahamsa se ele tinha visto Deus e se poderia mostrá-Lo a eles, a sua resposta foi: “Eu vi Deus. Mas como vocês serão capazes de vê-Lo se não anseiam por Ele como anseiam pela sua esposa, pelos seus filhos e pelas suas posses? Orem a Ele, desejem ardentemente a Sua presença e estejam dispostos a sacrificar tudo por Ele. Então vocês experimentarão a visão do Divino”. Assim como um cego não pode entender o que significa a “brancura” do leite, os espiritualmente cegos não conseguem perceber Deus. Ele é Bem-Aventurança infinita. Não tem forma, porém é capaz de assumir qualquer forma que desejar. Como poderia alguém tentar descrever a Sua natureza? Meditem em Deus com um coração puro. Não há prática espiritual mais grandiosa. (Discurso Divino, 12 de julho de 1995)

Sri Sathya Sai Baba

12 de fevereiro de 2024

A todos os que cuidam do corpo se deve perguntar: “Com que propósito vocês estão fazendo isso? O que esperam alcançar?” O corpo é um invólucro, tal como a bainha que envolve uma espada. Analogamente, a espada é a alma individual – o “eu” –, que está dentro da bainha, isto é, do corpo, mas não pertence a ele. O propósito desse invólucro é descobrir a Unidade do Universo. Vocês consideram este galpão onde fica o auditório como uma coisa só, embora ele seja, na realidade, a junção de muitos pilares, treliças, chapas, tijolos, argamassa, porcas, parafusos e tinta! De igual modo, cada um de vocês tem a sensação de ser um só, embora seja a junção de muitos membros e órgãos do conhecimento, tais como mãos, pés, cabeça, músculos, nervos, olhos, língua, dentes e outros. Similarmente, o Universo é um só, embora vocês possam distinguir nele estrelas, planetas, rochas, árvores, pássaros e galhos, formigas e formigueiros. Tudo o que existe é Brahman, ou seja, o Absoluto. Em outras palavras, tudo é Ser – Consciência – Bem-Aventurança, nem mais nem menos. Alcançar a plena percepção dessa grande Verdade é o único propósito do ser humano. (Discurso Divino, 9 de outubro de 1970)

Sri Sathya Sai Baba

13 de fevereiro de 2024

Um curioso paradoxo está ganhando força nesta nação, trazendo consigo graves consequências. Embora o mundo tenha se transformado em um pequenino globo devido ao rápido avanço dos meios de comunicação e de transporte, os seres humanos ainda não aprenderam a arte de conviver em estreita proximidade, como irmãos e como filhos do Deus Único. À medida que a distância entre as pessoas diminui, maiores parecem ser as diferenças entre elas! Portanto, este pequeno mundo está agora eivado de problemas envolvendo culturas conflitantes, crenças que competem entre si e ambições antagônicas. Os sofrimentos de um país se espalham rapidamente por todos os seus vizinhos, contagiando o mundo inteiro. O planeta se tornou um vasto campo de batalha. Quando doenças infecciosas ultrapassam fronteiras e ceifam vidas indiscriminadamente, são tomadas medidas urgentes para controlar o caos e imediatamente se envia ajuda humanitária à região do desastre. Entretanto, nenhum governo consegue conter tão prontamente a infecção da ganância e do ódio. A resposta à pergunta: “Qual é a melhor forma de governo?” é simples: “É a que nos ajuda a governar a nós mesmos”. Façam da sua própria consciência o seu governante; não dependam de governantes externos. (Discurso Divino, 13 de maio de 1970)

Sri Sathya Sai Baba

14 de fevereiro de 2024

Existem quatro tipos de amor. O primeiro é svartha-prema, o amor baseado em interesse próprio. Ele é como uma lâmpada em um aposento, iluminando apenas o espaço onde se encontra. Esse amor egoísta é restrito a um grupo limitado de pessoas e não se estende a outras. O segundo tipo de amor, samanjasa-prema, é comparável à luz da Lua. O luar é visível tanto no interior como no exterior, mas tem uma intensidade fraca e não é muito brilhante. Esse amor abrange um grupo maior, porém não é muito intenso. O terceiro tipo é deparartha-prema, o amor altruísta. Ele é como a luz solar, que ilumina tanto o interior quanto o exterior com o seu brilho radiante. Essa luz não é contínua, já que o Sol não é visível à noite. No entanto, a sua ausência não é permanente, pois o Sol se levanta a cada dia; na verdade, nunca deixou de estar ali. Assim também, o amor altruísta pode às vezes parecer ausente, mas inevitavelmente ressurge! O quarto tipo de amor, denominado Yatartha-Prema ou Atma-Prema, está sempre presente, interna e externamente, em todos os lugares, momentos e circunstâncias. É o Amor Divino, imperecível, eterno e imanente em todos. Quando alguém manifesta esse Amor, alcança a Paz que está além de toda e qualquer compreensão. (Discurso Divino, 27 de julho de 1996)

Sri Sathya Sai Baba

15 de fevereiro de 2024

Certa vez um mestre convocou todos os seus discípulos e lhes disse que iria presenteá-los com algo extremamente doce que deveriam proteger de insetos e roedores. Os discípulos recorreram a vários artifícios para salvaguardar o presente. Um deles, no entanto, comeu o doce, digeriu-o e dele extraiu considerável vigor e energia. Qual é a lição a ser aprendida com essa história? A de que não se deve simplesmente preservar em segurança os ensinamentos transmitidos pelo mestre. A sua mensagem, doce como o néctar, tem que ser guardada como um tesouro no coração do discípulo e se tornar uma parte intrínseca do seu ser. Aí ele obterá vigor e força. De igual modo, tudo o que vocês virem, ouvirem ou lerem deve ser assimilado e então posto em prática. Somente assim vocês experimentarão em plenitude a satisfação de terem se beneficiado dos ensinamentos. Ouvir não é suficiente; é necessário absorver e assimilar o que se ouviu e colocá-lo em prática na vida diária. (Discurso Divino, 27 de julho de 1996)

Sri Sathya Sai Baba

16 de fevereiro de 2024

Muitos de vocês interpretam erroneamente a palavra “upavasa” como significando “jejum”, e Eu sei que, nessa questão, às vezes exageram. Vocês jejuam na segunda-feira para agradar a Shiva; na terça para agradar a Lakshmi; na quarta para propiciar algum outro deus; na quinta por Minha causa; na sexta para Gauri; no sábado, por temor a Shani; e no domingo para obter a benevolência do Sol. No entanto, esse jejum não os tornará mais próximos da Graça de Deus. O significado de “upavasa” é que, nesses dias sagrados, todos os seus pensamentos, palavras e ações devem estar voltados para Deus. Ou seja, que vocês devem passar o dia “perto” do Senhor, “no” Senhor e “para” o Senhor. Isso implica que comer, dormir e outras atividades do corpo devem representar papéis secundários, enquanto a meditação assume o papel principal. Além disso, se o seu corpo definhar em consequência do jejum, as pessoas culparão a Deus; portanto, vocês só estarão atraindo calúnia para o Deus que adoram. Dirão: “O quê? Antes de começarem a adorar Sai Baba, a aparência de vocês era bem melhor, mas agora estão tão magros e fracos que mal conseguem se mexer!” E continuarão a falar contra Mim nesse mesmo tom. Então, não exagerem em nada; sejam moderados e sábios. (Discurso Divino, 20 de fevereiro de 1966)

Sri Sathya Sai Baba

17 de fevereiro de 2024

“O Amor está além do alcance das palavras”, declarou o sábio Narada. Como pode um indivíduo comum, que vive neste mundo fenomênico, entender esse Amor, que é uma expressão da Divindade? À semelhança da bússola do marinheiro, ele sempre aponta para o Divino, onde quer que esteja. Assim como o óleo faz uma lamparina brilhar, o Amor ilumina a própria vida. O que se chama de amor na vida mundana comum não é absolutamente amor verdadeiro. É apenas uma forma de apego baseada em relações humanas na família ou na sociedade. O amor verdadeiro é puro, altruísta, desprovido de orgulho e pleno de bem-aventurança. Tal amor só pode ser obtido por meio do amor. Apegos mundanos não são, de forma alguma, amor verdadeiro; todos eles são transitórios. O amor perene e puro surge do coração. Na verdade, ele é eterno e tudo permeia. Então, como é possível que o ser humano seja incapaz de reconhecer esse amor? Isso ocorre porque o seu coração se tornou estéril e poluído; está cheio de todos os tipos de desejos e nele não há espaço para a entrada do amor puro e imaculado. Somente quando os apegos mundanos forem extirpados do coração é que haverá espaço para que o amor verdadeiro ali se instale e se desenvolva. (Discurso Divino, 27 de julho de 1996)

Sri Sathya Sai Baba

18 de fevereiro de 2024

Existem dois aspectos da educação que vocês precisam dominar. O primeiro se refere ao conhecimento do mundo ao nosso redor, à ciência. O segundo é relativo ao conhecimento superior, à arte de controlar os sentimentos internos e as muitas camadas da consciência. Na área educacional vocês são tanto benfeitores quanto beneficiários; portanto, ouçam isto: cada estudante tem um relógio no pulso e o consulta pelo menos cem vezes por dia; pois bem, aprendam com ele uma grande lição. Ao olharem para o relógio, lembrem-se das cinco letras da palavra “watch” (em inglês, “relógio” e “vigiar”). Cada uma delas transmite uma valiosa lição para a vida. A letra “w” lhes diz: “vigiem as suas palavras (em inglês, “words”); a letra “a” os adverte: “vigiem as suas ações” (em inglês, “actions”); a letra “t” sinaliza: “vigiem os seus pensamentos” (em inglês, “thoughts”); a letra “c” os aconselha: “vigiem o seu caráter” (em inglês, “character”); finalmente, a letra “h” declara: “vigiem o seu coração” (em inglês, “heart”). Quando consultarem o relógio, absorvam essa lição que ele transmite. (Discurso Divino, 13 de maio de 1970)

Sri Sathya Sai Baba

19 de fevereiro de 2024

Todas as coisas no Cosmos são dádivas divinas, manifestações da Vontade de Deus. Algumas delas, entretanto, devem ser usadas com cuidado. Se usadas de forma inteligente, após uma pesquisa apropriada, são benéficas e trazem felicidade. Por outro lado, o seu uso indiscriminado e imprudente pode transformá-las nos nossos piores inimigos. Por exemplo, o fogo, uma faca e a eletricidade só proporcionam benefícios quando se lida com eles de forma correta. Se o fogo não for manejado adequadamente, poderá causar grandes danos. Uma faca só é útil quando manuseada com cautela. A eletricidade nos serve de muitas maneiras – para acender lâmpadas, ligar ventiladores e assim por diante. Mas, não obstante esses múltiplos usos, se alguém tocar em um fio desencapado, levará um choque. Similarmente, os órgãos dos sentidos do ser humano têm que ser usados com extremo cuidado. O uso correto dos sentidos faz com que sejam de imenso auxílio; por outro lado, usá-los de maneira errada pode levá-los a causar grande prejuízo. (Discurso Divino, 29 de junho de 1989)

Sri Sathya Sai Baba

20 de fevereiro de 2024

Não se entristeçam pelo fato de que o Senhor está testando vocês e os submetendo à provação de passar pelos exames, pois somente quando se é testado é que se pode assegurar o sucesso ou tomar consciência das próprias limitações. Poderão, então, se concentrar nas matérias nas quais são fracos e estudá-las com afinco para que sejam aprovados também nessas matérias quando forem avaliados novamente. Não estudem para os exames no último momento; preparem-se com bastante antecedência e estejam munidos com o conhecimento necessário e com a coragem e confiança resultantes desse conhecimento e habilidade. Aquilo que estudaram com bastante antecedência deve ser repassado várias vezes na mente um pouco antes do exame. Isso é tudo o que precisa ser feito! Esse é o caminho para a vitória! (Discurso Divino, Shivaratri, março de 1963)

Sri Sathya Sai Baba

21 de fevereiro de 2024

Atualmente a Índia busca aquilo que é prazeroso, em vez daquilo que é benéfico. Eis a razão de toda essa angústia e descontentamento. A cultura indiana sempre enfatizou o caminho árduo, o caminho benéfico. No entanto, hoje em dia, as pessoas estão seguindo culturas que satisfazem os sentidos, suprindo-os daquilo que está do lado de fora, que é externo – futilidades e fantasias, miragens e momentos fugazes! A cultura deste país recomenda o controle dos sentidos, não a sua satisfação! Dirige-se um carro por meio de um volante localizado no seu interior; quando se gira o volante, as rodas do lado de fora se movimentam. Algo similar ocorre em relação ao ser humano. É preciso que ele gire o “volante” no seu interior para que possa evoluir. Tentar movimentar as rodas externas é sinal de ignorância e desperdício de energia preciosa. Portanto, desenvolvam a concentração interna em detrimento das distrações externas. Cultivem a quietude, a simplicidade e a humildade, ao invés de fomentar a agitação, a complexidade e a presunção. Das vinte e quatro horas do dia, dediquem seis para ganhar e gastar dinheiro, seis para contemplar a Deus, seis para dormir e seis para servir ao próximo. Atualmente vocês não dedicam nem cinco minutos à contemplação de Deus e não se envergonham disso. Que tragédia! (Discurso Divino, 16 de março de 1966)

Sri Sathya Sai Baba

22 de fevereiro de 2024

O rio deve chegar até o mar, não até as areias do deserto; as suas águas devem se fundir no mar. Esta é a consumação, ou seja, a união com Deus. Para conservarem o foco sempre nesse objetivo, mantenham a mente oscilante continuamente sob controle. Quando o Sol está no firmamento, a Lua é ofuscada pelo seu brilho. O intelecto aguçado é o Sol. A mente é a Lua, o pálido satélite que cresce e míngua. Portanto, deem total proeminência ao intelecto; deixem a mente subserviente aos ditames da razão, não da paixão. Tornem-se governantes dos sentidos, não seus escravos. Hrishikesha, um epíteto de Krishna, significa “Senhor dos Sentidos”; Gudakesha, epíteto do príncipe Arjuna, transmite a mesma ideia. Eis a razão pela qual os dois se tornaram companheiros. Os sentidos arrastam vocês para a selva da Natureza; então, de que adianta fugirem para a selva com os sentidos desenfreados e famintos? Por que os sábios se retiravam para a floresta? Para que as suas mentes mergulhassem na silenciosa tranquilidade que ali reina, para se manterem sempre absortos em pensamentos em Deus, cuja voz se ouve quando todas as outras silenciam. Se vocês fecharem as janelas que deixam entrar o som de outras vozes, a sua casa poderá ser transformada em uma floresta de liberdade, em um eremitério de penitência! (Discurso Divino, 30 de janeiro de 1965)

Sri Sathya Sai Baba

23 de fevereiro de 2024

Boas companhias tornam o ser humano sagrado e divino. Más companhias, por outro lado, dão origem a sentimentos e pensamentos negativos, que levam à prática de más ações. Portanto, é essencial que vocês se associem a boas companhias e, assim, desenvolvam a sua humanidade. As boas companhias podem elevar o ser humano ao nível da Divindade, enquanto as más companhias podem degradá-lo à condição de um animal. O nível animal está abaixo do humano, e o do Divino está acima. Ou seja, o nível humano está entre os dois. Vocês devem se empenhar para transcender o nível humano. A queda não requer nenhum esforço. Tornar-se mau é fácil; difícil é passar para o nível mais elevado. Mesmo assim, vocês  devem envidar esforços para alcançar esse objetivo. Infelizmente, hoje em dia, as pessoas se associam a más companhias; por isso os seus bons sentimentos se transformam em maus sentimentos, as suas boas ações em más ações e, no final das contas, a sua vida se torna cheia de sofrimento. Os pensamentos de vocês são a principal causa de tudo; por conseguinte, tenham apenas pensamentos nobres, sagrados, puros e significativos. (Discurso Divino, 8 de julho de 1996)

Sri Sathya Sai Baba

24 de fevereiro de 2024

Separem o que é real daquilo que é aparente. Examinem o interior dos acontecimentos em busca da sua essência, do seu significado. Mantenham-se absortos na sua própria realidade – a realidade do Ser Interno. Vocês são puros, indestrutíveis, não afetados pelos altos e baixos da vida. São o verdadeiro, o eterno, o imutável Brahman – o Absoluto, a entidade que é tudo isso. Bastarão cinco minutos de investigação para convencê-los de que não são o corpo nem os sentidos, nem a mente nem o intelecto, nem o nome nem a forma, e sim o próprio Ser Interno, o mesmo Ser Interno que se manifesta como toda essa variedade. Quando tiverem um vislumbre dessa verdade, agarrem-se a ela, não a deixem escapar. Façam dela a sua posse permanente. Como primeiro passo para a aquisição dessa sabedoria e desapego, dediquem-se, a partir de agora, à prática de Namasmarana, a disciplina espiritual que consiste na recordação incessante de Deus por meio da recitação do Seu Nome. (Discurso Divino, 30 de janeiro de 1965)

Sri Sathya Sai Baba

25 de fevereiro de 2024

Não há mal algum em dedicar um tempo para investigar se a pessoa com quem você quer estabelecer uma amizade é boa ou má. Quando você tem uma condição elevada e desfruta de uma boa posição na sociedade, todos correm atrás de você, dizendo “Olá, olá”! No entanto, ao perder sua posição e enfrentar dias difíceis, todos se afastam de você. Isso não é amizade verdadeira. O que caracteriza a verdadeira amizade? Um verdadeiro amigo é aquele que o segue como uma sombra tanto nos momentos de prazer quanto nos de dor, no ganho e na perda. Quando o tanque está cheio de água, milhares de rãs vêm até ele. Entretanto, quando o tanque fica seco, nem mesmo uma única rã é vista ali. Do mesmo modo, se você tiver uma boa posição social e ocupar um alto cargo, todos o seguirão. Mas você não encontrará ninguém nos momentos de dificuldade. Esse tipo de relação não é amizade verdadeira. Faça amizade apenas com pessoas com o devido discernimento. Não faça amizade com qualquer um que o cumprimente. Isso é um grande equívoco. Conheça os antecedentes, os hábitos, o comportamento, a disciplina e outras qualidades da pessoa com quem deseja estabelecer uma relação de amizade. Tente também descobrir com quem ela se relaciona e que tipo de companhia ela cultiva. (Discurso Divino, 8 de julho de 1996)

Sri Sathya Sai Baba

26 de fevereiro de 2024

O Ser Interno permanece sempre inalterado; contudo, é mais veloz que a mente! Eis o mistério e o milagre! Ele parece experimentar todos os estados, porém não está sujeito a crescimento, declínio ou modificação. Embora esteja em toda parte, não é perceptível aos sentidos. É devido à sua existência subjacente e à sua imanência sempre presente que ocorrem todo crescimento, atividade e mudança. Causa e efeito agem e reagem em razão do estrato básico que é a realidade do Ser Interno! A própria palavra “Isha”, que quer dizer “Senhor”, carrega esse significado. O Ser Interno está próximo e distante, dentro e fora, imóvel e em movimento. Aquele que conhece essa verdade é digno de ser chamado de sábio. O ignorante jamais poderá compreender a imanência do Ser Interno. Aqueles que possuem a consciência dessa verdade são capazes de ver as coisas e sentir a sua presença, mas aqueles que a perderam procurarão as joias perdidas, mesmo que, de fato, as estejam usando no momento! Devido à perda dessa consciência, embora se possa ter o conhecimento de todas as coisas, concebe-se o Ser Interno como algo inacessível e inatingível. No entanto, o sábio, que está consciente, vê o Ser Interno em todos os seres e vê todos os seres como o Ser Interno! (Upanishad Vahini, cap. 2 – Ishavasya Upanishad)

Sri Sathya Sai Baba

27 de fevereiro de 2024

Quando se entoa o Nome do Senhor em grupo, deve-se fazê-lo de maneira que todos possam participar dos cânticos devocionais, ou seja, dos bhajans sem dificuldade. A melodia, o ritmo e assim por diante devem ser tais que todos no grupo consigam acompanhar os bhajans. Se o puxador entoar um cântico devocional que não seja familiar aos demais, a resposta do grupo será insatisfatória. Não haverá entusiasmo nem participação genuína, e sim distração da mente. Quando todos os devotos participam dos bhajans, as vibrações produzidas geram alegria e harmonia. Muitos dos que organizam cerimônias de cânticos devocionais para grande quantidade de pessoas desconhecem que tipo de bhajans devem ser entoados nessas ocasiões especiais. Alguém que tenha um estilo individual próprio pode cantar da maneira que preferir em particular, mas não é a pessoa adequada para fazê-lo em grupo. Existem algumas regras a serem observadas na condução de bhajans em grupo. Por exemplo, certas formas melódicas da música clássica indiana podem ser cantadas individualmente, porém são totalmente inadequadas para cânticos devocionais em grupo. Nestes a ênfase deve estar inteiramente no Nome do Senhor. (Discurso Divino, 8 de novembro de 1986)

Sri Sathya Sai Baba

28 de fevereiro de 2024

O Universo é um instrumento para revelar a majestade de Deus. O firmamento interno no coração do ser humano é igualmente uma manifestação da Sua glória. Deus é a “respiração” da nossa respiração. Como não possui uma forma específica, não se pode descrevê-Lo em palavras, e tampouco os outros sentidos conseguem penetrar o Seu mistério. Ele está além do alcance do ascetismo e dos limites dos rituais védicos. Só um intelecto purificado de todo e qualquer traço de apego, de ódio, de egoísmo e de sentimento de posse é capaz de conhecê-Lo. Somente a sabedoria espiritual pode conceder a autorrealização. É possível alcançar essa sabedoria, mesmo estando no corpo físico, mediante a concentração das faculdades conferida pela meditação. Brahman, o Absoluto, ativa o corpo por meio dos cinco ares vitais ou “pranas” e condescende em Se revelar nesse mesmo corpo tão logo a consciência interna alcance a pureza necessária. Sim, pois o Ser Interno é imanente nos sentidos internos e externos, tal como o calor no combustível e a manteiga no leite. A consciência individual, impregnada das impurezas dos desejos sensoriais e desapontamentos, é como combustível adulterado. Quando o lago do coração fica livre de camadas lodosas, o Ser Interno brilha em todo o seu esplendor original! (Upanishad Vahini, cap. 4 – Mundaka Upanishad)

Sri Sathya Sai Baba

29 de fevereiro de 2024

Os ouvidos, a pele, os olhos, a língua, o nariz – esses cinco órgãos dos sentidos são capazes de perceber, respectivamente, o som, o toque, a forma, o gosto e o cheiro. Os objetos do conhecimento são percebidos apenas por meio deles. Experimenta-se o mundo por meio desses cinco instrumentos, que se colocam como intermediários entre o conhecedor e aquilo que é conhecido. A capacidade interna de compreender os objetos é chamada de mente. Ela se lança para fora através dos órgãos de percepção e se fixa em um objeto; então, devido a esse mesmo acontecimento, a mente assume a forma daquele objeto. Chama-se a isso de função. A mente não é inteligente nem consciente; portanto, as suas transformações e manipulações são igualmente não inteligentes, não vitais. Uma boneca de madeira tem apenas a propriedade da madeira, e uma boneca de açúcar a propriedade do açúcar. A mente não inteligente é incapaz de alcançar o conhecimento da Inteligência Suprema que permeia o Universo. Assim como uma carruagem, que não tem inteligência, precisa ser conduzida por um cocheiro, a mente não inteligente também deve ser dirigida por um Cocheiro que se sente nela e a tome como Seu veículo. A Força Motriz que ativa os instrumentos internos, os sentidos da ação e os do conhecimento, assim como os cinco ares vitais ou pranas – essa Força é Deus! (Upanishad Vahini, cap. 8 – Kena Upanishad)

Sri Sathya Sai Baba

 

bottom of page