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Pensamento para o dia - julho 2021

01 julho de 2021

Há um inevitável par de acessórios nas nécessaires das senhoras e nos bolsos dos cavalheiros: espelho e pente. Vocês temem que o seu encanto fique em perigo se o seu cabelo estiver levemente desarrumado ou o seu rosto revelar manchas de pó; então tentam corrigir a impressão imediatamente! Se estão tão preocupados com esse encanto pessoal que se deteriora rapidamente, quão mais preocupados deveriam realmente estar com a poeira da inveja e do ódio e com as manchas da vaidade e da maldade, que profanam a sua mente e o seu coração? Tenham um espelho e um pente para esse fim também! Tenham o espelho da devoção (bhakti) para julgar se eles estão limpos, brilhantes e elegantes. Tenham também o pente da sabedoria (jñana) adquirida por meio do discernimento - a sabedoria que corrige problemas, desata nós e suaviza emaranhados para controlar e canalizar sentimentos e emoções que estão espalhados descontroladamente em todas as direções. (Discurso Divino, 26 de junho de 1969)

Sri Sathya Sai Baba

 

02 julho de 2021

O corpo é dotado de todas as excelências e defeitos a ele inerentes para que possa ser usado para propósitos que santifiquem o tempo por meio do serviço, do sacrifício e do amor a cada momento das nossas vidas. A palavra karma, traduzida como trabalho ou ação, também descreve os ritos prescritos pelos Vedas (antigas Escrituras Sagradas) na seção denominada Karma Kanda. Eles visam assegurar às pessoas que os executam uma variedade de ganhos materiais. Alguns deles prometem como recompensa até mesmo uma estada no Céu. Mas são todos orientados para os resultados. Embora purifiquem a mente e promovam a renúncia, produzem os melhores resultados apenas quando têm como meta alcançar a paz e a prosperidade mundiais. Karma então se torna karma-yoga, a ação (karma) inspirada por ideais altruístas. Todos os atos praticados por aqueles que entregaram as suas vontades e desejos ao Senhor tornam-se tão santos e puros que não prendem ninguém, seja pela corrente de ferro do sofrimento, seja pela corrente de ouro do regozijo. (Discurso Divino, 10 de setembro de 1984)

Sri Sathya Sai Baba

 

03 julho de 2021

Com relação a Deus, a crítica a Ele não é de hoje; remonta ao início dos tempos. Apenas, nos dias atuais, as pessoas podem inventar novas histórias. Bem, por que  levar tão a sério tais ofensas? Considere que dessa maneira essas pessoas estão se lembrando de Swami! Existem dois tipos de memórias: as de amor e as de ódio. Estas são ilusões baseadas na ignorância (avidya maya) e estão relacionadas à qualidade da paixão (rajoguna); aquelas são ilusões baseadas no conhecimento (vidya maya) e estão relacionadas com a qualidade da serenidade (satvaguna). A ilusão baseada na ignorância resulta em pesar; a ilusão baseada no conhecimento resulta em bem-aventurança (ananda). Você pergunta o que essas pessoas ganham, certo? Elas não precisam de nenhum ganho; criticar os outros tornou-se um hábito ao qual se entregam como se cumprissem um dever. Como diz o ditado: “Para a traça, que diferença faz se o sári é caro ou barato? Roer e rasgar é da sua natureza”. Por acaso ela sabe o valor das coisas? Portanto fique em paz, compreendendo que o trabalho desses detratores é o mesmo que o das traças. (Sandeha Nivarini, capítulo 2)

Sri Sathya Sai Baba

04 julho de 2021

Dar-lhe-ei agora algumas joias selecionadas, máximas de conduta muito importantes. Colecione-as e valorize-as como um tesouro. Experimente-as, coloque-as em prática e desfrute da alegria que proporcionam. Use essas joias e se embeleze. 1. O Amor Divino (prema) deve ser considerado como o próprio alento da vida. 2. Acredite que o Amor (prema) que se manifesta igualmente em todas as coisas é o Ser Supremo (Paramatma). 3. O Paramatma único está em todos sob a forma de prema. 4. Mais do que todas as outras formas de amor, o primeiro esforço de uma pessoa deve ser fixar o seu amor no Senhor. 5. Esse amor dirigido a Deus é devoção (bhakti); o teste fundamental é a sua aquisição. 6. Aqueles que buscam a bem-aventurança do Atma não devem correr atrás das alegrias dos objetos dos sentidos. 7. A Verdade (sathya) deve ser tratada como tão doadora de vida quanto a própria respiração. 8. Assim como um corpo que não respira é inútil e começa a apodrecer e a cheirar mal em poucos minutos, a vida sem a Verdade é inútil e se torna a morada malcheirosa da contenda e da tristeza. 9. Acredite que não há nada maior, mais precioso, mais doce e mais duradouro que a Verdade. (Sandeha Nivarini, capítulo 7)

Sri Sathya Sai Baba

 

05 julho de 2021

Das 46 máximas de conduta: 10. A Verdade é o Deus que a todos protege. Não há guardião mais poderoso que a Verdade. 11. O Senhor, que é a Encarnação da Verdade (satya), concede a Sua visão (darshan) àqueles que falam a verdade e têm um coração amoroso. 12. Tenha uma bondade constante para com todos os seres e também espírito de sacrifício. 13. Você deve possuir controle dos sentidos, um caráter sereno e desapego. 14. Esteja sempre alerta contra os quatro pecados que a língua está propensa a cometer: (1) dizer falsidades, (2) falar mal dos outros, (3) caluniar e (4) falar demais. É melhor tentar controlar essas tendências. 15. Procure evitar os cinco pecados que o corpo comete: assassinato, adultério, roubo, ingestão de bebidas alcoólicas e consumo de carne. Será de grande ajuda para a vida mais elevada se eles forem mantidos à maior distância possível. (Sandeha Nivarini, capítulo 7)

Sri Sathya Sai Baba

 

06 julho de 2021

Das 46 máximas de conduta: 16. Esteja sempre vigilante, sem um momento de descuido, contra os oito pecados que a mente comete: desejo (kama), raiva (krodha), cobiça (lobha), apego (moha), impaciência, ódio, egoísmo e orgulho. O dever primordial de cada pessoa é mantê-los a uma distância segura. 17. A mente é rápida quando se trata de buscar ações erradas. Em tais momentos, em vez de deixá-la correr nesse sentido, lembre-se do Nome do Senhor ou tente praticar alguma boa ação. Quem assim procede certamente se tornará apto para a graça do Senhor. 18. Primeiro abandone a má tendência a se sentir irritado com a prosperidade dos outros e desejar prejudicá-los. Sinta-se feliz com a felicidade alheia. Compadeça-se daqueles que se acham na adversidade e deseje a sua prosperidade. Este é o meio de cultivar o amor por Deus. 9. A paciência é toda a força de que se necessita. 20. Aqueles que anseiam viver com alegria devem estar sempre fazendo o bem. (Sandeha Nivarini, capítulo 7)

Sri Sathya Sai Baba

 

07 julho de 2021

Das 46 máximas de conduta: 21. É fácil vencer a raiva com o amor, o apego com o raciocínio, a falsidade com a verdade, o mal com o bem e a cobiça com a caridade. 22. Não se deve responder às palavras dos ímpios. Para o seu próprio bem, mantenha-se a uma grande distância deles. Rompa todas as relações com tais pessoas. 23. Busque a companhia dos bons, mesmo com o sacrifício da própria honra e vida. Ore a Deus para que Ele o abençoe com o  discernimento necessário para distinguir entre os bons e os maus. Você deve também se esforçar para discernir usando o intelecto que lhe foi dado. 24. Aqueles que conquistam terras e obtêm fama no mundo são saudados como heróis, sem dúvida; mas aqueles que triunfaram sobre os sentidos são heróis que devem ser aclamados como conquistadores do Universo. 25. Os frutos de qualquer ato praticado por uma pessoa boa ou má a seguirão e estarão sempre no seu encalço. (Sandeha Nivarini, capítulo 7) 

Sri Sathya Sai Baba

08 julho de 2021

Das 46 máximas de conduta: 26. A cobiça produz apenas tristeza; o melhor é o contentamento. Não há felicidade maior que o contentamento. 27. A tendência a fomentar o mal deve ser arrancada pela raiz e lançada fora; se permitirem a sua existência, ela acabará por minar a própria vida. 28. Suporte tanto a perda quanto a dor com firmeza; procure fazer planos para obter alegria e ganhos. 29. Quando for tomado pela raiva, pratique o silêncio ou então lembre-se do Nome do Senhor. Não se recorde de coisas que possam inflamar ainda mais a sua raiva; isso causará um dano incalculável. 30. A partir deste momento, evite todos os maus hábitos. É algo que não deve retardar nem adiar. Eles  não contribuem para a menor alegria. 31. Procure tanto quanto possível, dentro das suas possibilidades, satisfazer as necessidades dos pobres, que são, na verdade, Deus na forma de pobreza. Reparta com eles qualquer alimento que tiver e faça-os felizes pelo menos naquele momento. (Sandeha Nivarini, capítulo 7)

Sri Sathya Sai Baba

 

09 julho de 2021

Das 46 máximas de conduta: 32) Evite fazer aos seus semelhantes tudo aquilo que acha que não devem fazer a você. 33) Arrependa-se sinceramente por faltas e pecados cometidos por ignorância e procure não repeti-los. Ore a Deus para que Ele o abençoe com a força e a coragem necessárias para perseverar no caminho correto. 34) Não permita a proximidade de nada que destrua o seu anseio e o seu entusiasmo por Deus. A falta de entusiasmo causa o declínio da força do indivíduo. 35) Não ceda à covardia; não desista da bem-aventurança (ananda). 36) Não se envaideça quando for elogiado nem se sinta deprimido quando for criticado. 37) Se um dos seus amigos odeia outro e dá início a uma discussão, não procure incentivá-la, fazendo crescer o ódio entre eles; em vez disso, com amor e compaixão, tente restaurar a antiga amizade. (Sandeha Nivarini, cap. 7)

Sri Sathya Sai Baba

10 julho de 2021

Das 46 máximas de conduta: 38) Em vez de procurar defeitos nos outros, procure-os em você mesmo, extirpe-os e lance-os fora. É suficiente procurar e achar um único defeito seu - isso é melhor que descobrir dezenas de centenas de defeitos em outras pessoas. 39) Se não puder ou não quiser praticar nenhuma boa ação, pelo menos não conceba nem pratique nenhuma má ação. 40) Não se sinta magoado se lhe apontarem defeitos que sabe que não tem; quanto aos que tem, procure corrigi-los antes que outros os apontem. Não guarde raiva nem ressentimento contra aqueles que apontam os seus defeitos. Não revide apontando os deles; em vez disso, mostre-lhes a sua gratidão. Tentar descobrir os defeitos deles é um erro maior da sua parte. É bom conhecer os próprios defeitos, não os defeitos alheios. (Sandeha Nivarini, capítulo 7)

Sri Sathya Sai Baba

 

11 julho de 2021

Das 46 máximas de conduta: 41) Sempre que tiver um pouco de tempo livre, não o gaste falando sobre tudo e todos; em vez disso, utilize-o para meditar em Deus ou para prestar serviço ao próximo. 42) O Senhor é compreendido apenas pelo devoto; o devoto é compreendido apenas pelo Senhor. Os outros não podem entendê-los; portanto não discuta assuntos relacionados ao Senhor com aqueles que não têm devoção. Essa discussão diminuirá a sua devoção. 43) Se alguma pessoa lhe falar sobre qualquer assunto que ela tenha entendido erroneamente, não pense em outras noções erradas que venham apoiar essa posição; retenha apenas o que havia de bondade e doçura no que foi dito. Deve-se valorizar como desejável o verdadeiro significado, não um significado errado ou muitos significados, que não fazem absolutamente nenhum sentido e constituem apenas obstáculos à bem-aventurança (ananda). (Sandeha Nivarini, capítulo 7) 

Sri Sathya Sai Baba

12 julho de 2021

Das 46 máximas de conduta: 44) Se você deseja cultivar concentração unidirecional quando estiver em uma multidão ou bazar, não disperse a sua visão olhando para tudo e para todos os lados; veja apenas a estrada à sua frente, apenas o suficiente para evitar acidentes! A concentração unidirecional se tornará mais firme se você se deslocar mantendo a atenção na estrada, evitando constantemente os perigos e não desviando os olhos para outros objetos! 45) Abandone todas as dúvidas a respeito do guru e de Deus. Se os seus desejos mundanos não forem realizados, não ponha a culpa na sua devoção, pois não há nenhuma relação entre tais desejos e a devoção por Deus. Algum dia esses desejos mundanos terão que ser abandonados e sentimentos de devoção terão que ser adquiridos. Esteja firmemente convencido disso! (Sandeha Nivarini, capítulo 7)

Sri Sathya Sai Baba

 

13 julho de 2021

Das 46 máximas de conduta: Se a sua meditação ou oração não está progredindo como deveria ou se os desejos que acalenta não se realizam, não fique desanimado com Deus. Isso o deixará ainda mais desencorajado e você perderá a pouca ou muita paz que tiver conquistado. Durante a meditação e os cânticos não se sinta desalentado, desesperado ou desencorajado. Quando tais sentimentos surgirem, considere que isso se deve a falhas nas suas práticas espirituais e esforce-se para realizá-las de forma correta. Somente quando você proceder e agir automaticamente dessa maneira na sua conduta diária e em todas as suas ações é que conseguirá com facilidade alcançar o Princípio Divino. Sendo assim, apegue-se firmemente a estas máximas. Mastigue e digira estes doces em forma de palavras que foram distribuídos e seja feliz! (Sandeha Nivarini, capítulo 7)

Sri Sathya Sai Baba

 

14 julho de 2021

A investigação da natureza da mente revelará que ela não existe à parte dos pensamentos que surgem por intermédio dos órgãos dos sentidos; por isso os sábios declararam: “Pensamentos e dúvidas constituem a essência da mente” (Sankalpa Vikalpathmakam Manaha). Para colocar a mente sob controle, temos que nos libertar de todo o processo de agitação mental. Se queremos tomar banho em um mar agitado por ondas, não podemos nos dar o luxo de esperar que elas baixem e o mar se acalme. Da mesma forma, será tolice esperarmos que as agitações da mente cessem para vivenciarmos a bem-aventurança divina. Mediante a constante reflexão sobre as experiências sensoriais, a mente adquire uma forma. Ao relacionar essas experiências com o "eu", considerado como aquele que experimenta, surge a consciência de um indivíduo distinto (o ego). A partir daí os desejos se desenvolvem e, a partir deles, a mente adquire uma forma. (Discurso Divino, 12 de outubro de 1983)

Sri Sathya Sai Baba

15 julho de 2021

Ao se removerem os fios de um pedaço de pano, restará apenas o algodão; e, se este for queimado, o pano deixará de existir. Da mesma forma, ao se eliminarem os desejos, o "eu" e a mente irão embora. Já se disse que a destruição da mente é o meio para a realização de Deus. Pode-se fazer cessar a mente de forma definitiva mediante a gradativa eliminação dos desejos, como ocorre ao se removerem os fios de um pedaço de pano. Finalmente, os desejos devem ser consumidos no fogo do desapego (vairagya). Considerem a vida como uma longa viagem de trem. Nessa viagem não é bom carregar bagagem pesada. Existem estações no caminho, tais como o sofrimento (arti), o desejo por objetos (artharthi), o anseio por compreender (jijñasu) e a autorrealização (jñani). Quanto menos bagagem se carregar, mais fácil e rapidamente se conseguirá passar pelas várias etapas e chegar ao destino. O requisito principal, por conseguinte, é a erradicação dos desejos. (Discurso Divino, 12 de outubro de 1983)

Sri Sathya Sai Baba

16 julho de 2021

O homem não usa os seus órgãos dos sentidos da maneira correta. Ele tem olhos, mas não vê o que é bom; tem ouvidos, mas não ouve o que é bom. Só existe uma maneira de corrigi-lo: mostrar-lhe o caminho espiritual e ajudá-lo a cultivar as virtudes da Verdade, do Amor e do Sacrifício. Deve-se afastá-lo das buscas egoístas, da arrogância e do orgulho. A sua mente, que é a verdadeira culpada, tem que ser purificada de todo o mal. Ele acredita no falso e no irreal e não aprecia a Verdade, a Bondade e a Beleza. Só conseguirá obter paz e alegria verdadeiras quando voltar os seus pensamentos para Deus e desviá-los das bugigangas insignificantes do mundo. Sem fé em Deus não há nada que o homem possa alcançar, sejam quais forem os seus conhecimentos e a sua riqueza! (Discurso Divino, 12 de outubro de 1983)

Sri Sathya Sai Baba

17 julho de 2021

O processo de educação (vidya) ensina que o Cosmos é uma manifestação do “jogo” do Senhor e nada mais. As Upanishads declaram esta verdade da seguinte maneira: “Este mundo é a morada do Senhor” (Isavasyam idam Jagat). Sendo assim, ninguém pode nutrir um sentimento de posse ou mesmo um vestígio de egoísmo. Renunciem ao sentimento de apego e sintam a presença do Senhor em toda parte! Acolham a bem-aventurança espiritual (ananda) que o Senhor, como a personificação dessa bem-aventurança, lhes confere e a experimentem com gratidão e sem a limitação do desejo. Esta é a mensagem dos sábios e videntes (rishis). Abandonem os sentimentos de “eu” e “você”; só então poderão compreender a glória daquilo que não é “eu” nem “meu”. Isso não envolve a renúncia a tudo. O verdadeiro ensinamento (vidya) orienta a que se trate o mundo como o dever exige, mas com espírito de desapego, evitando enredamentos. (Vidya Vahini, capítulo 1)  

Sri Sathya Sai Baba

18 julho de 2021

Muitos nem mesmo estão cientes do significado da expressão “Paz Suprema” (Prashanti). Ela é a espinha dorsal do indivíduo e o próprio alento de todo aspirante espiritual (sadhaka). Cada um a considera como tendo um significado diferente. Muitos acham que têm paz quando algum desejo mundano que os perturbava é satisfeito! Mas isso não é paz real; é apenas um intervalo temporário, de curta duração, entre uma preocupação e outra. A sílaba "'pra'' em Prashanti significa “expansão”, “aumento” (vikasa); então Prashanti significa esse tipo de paz, ou seja, a ausência de desejo, raiva, cobiça e ódio! “Paz suprema” significa a paz obtida mediante a eliminação bem-sucedida de qualidades agrupadas sob o desejo (kama) e a raiva (krodha). Esse processo de eliminação, ao qual se chama “desenvolver  a equanimidade (sama)”, é muito essencial para todos. Os aspirantes espirituais devem estar constantemente empenhados em praticá-lo. (Prashanti Vahini, capítulo 1)

Sri Sathya Sai Baba

19 julho de 2021

Renunciar ao desejo é o verdadeiro objetivo da existência, o propósito de todos os esforços. Envolve renunciar à luxúria, à raiva, à cobiça e ao ódio. A renúncia fundamental deve ser a do desejo. Os outros sentimentos e emoções são as reações que o acompanham. Quando dizemos: “Aquele que tem um arco na mão (kodandapani)”, subentende-se que ele também tem flechas na mão, não é? Aqui o arco implica a presença de flechas! Da mesma forma, o desejo implica a presença da luxúria, da raiva, da cobiça, etc. Estes últimos são verdadeiros portais para o inferno. A inveja é o ferrolho, o orgulho é a chave. Basta destravar e levantar o ferrolho e se poderá entrar! A raiva poluirá a sabedoria conquistada; o desejo desenfreado maculará todas as ações; a cobiça destruirá a devoção e a dedicação. A raiva, o desejo e a cobiça minarão as ações, a sabedoria espiritual e a devoção e farão do indivíduo um grosseirão! A causa raiz da raiva é o desejo, e o desejo é consequência da ignorância (ajñana); portanto o que se deve eliminar é essa ignorância básica! (Vidya Vahini, capítulo 4)

Sri Sathya Sai Baba

20 julho de 2021

A paz é o berço de toda felicidade e alegria. Thyagaraja sabia disso, pois cantou: “Sem paz não há felicidade”. Todo homem precisa dela, seja ele quem for - dotado de autodomínio ou seguidor da filosofia Vedanta, asceta ou erudito, santo ou filósofo. Mas o homem é incapaz de permanecer tranquilo, mesmo por um momento! A simples ausência de raiva não pode ser considerada paz. A conquista de um objeto desejado e a satisfação que então se obtém não deve ser confundida com paz. A paz que impregnou o coração não deve ser abalada posteriormente por nenhum motivo; somente esse tipo de paz (shanti) merece ser chamado de “paz suprema” (prashanti). A paz suprema não tem altos e baixos; não pode ser incompleta na adversidade e completa na prosperidade. Não pode ser uma coisa hoje e outra amanhã. Manter sempre o mesmo fluxo uniforme de bem-aventurança (ananda), isso é paz suprema. (Prashanti Vahini, cap. 1) 

Sri Sathya Sai Baba

 

21 julho de 2021

O homem é uma composição tríplice de corpo, mente e espírito (Atma). Como consequência, tem três naturezas na sua constituição: (1) uma natureza animal inferior; (2) uma natureza humana, repleta de conhecimento e habilidade mundana; e (3) a natureza genuína do homem, ou seja, a natureza divina, átmica. Tornar-se consciente desta terceira natureza e estabelecer-se nela - isto é educação espiritual (vidya). O corpo é uma máquina que tem cinco elementos como seus componentes:o  espaço, o ar, o fogo, a água e a terra. Deus está brincando com isso, sendo Ele mesmo invisível. O corpo é uma árvore; o amor do Ser é a raiz; os desejos são os galhos que dela brotam; as qualidades, atributos e modos de comportamento baseados na natureza básica são as flores que dela nascem; alegria e tristeza são os frutos que ela oferece. O corpo humano é um mundo em si. O sangue flui por ele e anima todas as suas partes. Deus flui internamente e ativa todas as partes do mundo! (Vidya Vahini, capítulo 5)

Sri Sathya Sai Baba

22 julho de 2021

Necessita-se de água e sabão para remover a sujeira acumulada nas roupas. Da mesma forma, conhecimento espiritual e austeridade são essenciais quando se anseia remover a sujeira grudada na mente. É somente com o uso de ambos que se pode purificar totalmente os níveis de consciência. Nenhum veículo consegue se mover sem duas rodas nem um pássaro voar com uma só asa. De igual modo, ninguém pode se tornar puro ou santo sem aprendizado e austeridade espirituais. Austeridade de cunho espiritual (tapas) não significa se posicionar de cabeça para baixo, com a cabeça no chão e os pés para cima, como um morcego. Tampouco é a renúncia a posses e propriedades, esposa e filhos ou tapar o nariz para controlar a respiração. Ações físicas, afirmações verbais e resoluções mentais - estas três têm que estar em harmonia. Pensamentos, palavras e ações - todos devem ser puros. Essa é a verdadeira austeridade espiritual. Além disso, os três devem estar em harmonia não pela compulsão do dever, mas para a satisfação do Ser. O esforço espiritual (tapas) deve ser feito para satisfazer os anseios internos do indivíduo.  Essa luta é a essência da austeridade (tapas). (Vidya Vahini, cap. 12)

Sri Sathya Sai Baba

23 julho de 2021

A verdadeira renúncia consiste em se entregar. Então o guru lhe concederá liberdade para seguir a sua própria vontade, tal como fez Krishna ao afirmar: “Amado Arjuna! Aja como desejar (Yathechchasi, thatha kuru). Pense bem. E faça como quiser”. Krishna quis dizer que lhe dera todos os conselhos de que necessitava e que também aceitara o ego que ele havia descartado. Sendo assim, Arjuna podia agora ter liberdade para agir como quisesse, pois a sua vontade se tornara a Dele. Ao indivíduo que atingiu esse nível deve-se conceder liberdade. O guru não deve dar ordens ao discípulo de forma impiedosa simplesmente porque este lhe dedicou tudo. O guru não deve se transformar em alguém que rouba riquezas (vitta-apahari); deve ser alguém que rouba corações! O guru tem que ser um despertador. Deve despertar aqueles que estão envolvidos no sono da ignorância e recompensá-los com ensinamentos sobre o conhecimento da sua Realidade átmica. (Vidya Vahini, cap 12.)

Sri Sathya Sai Baba

24 julho de 2021

O guru é necessário quando se tem o objetivo (guri). Se não se tem esse anseio, o que pode fazer o professor? Espalhar sementes preciosas na areia ou na rocha é puro desperdício! O estímulo interno para ver a luz deve enviar aspirantes ao professor ou atraí-lo para onde estiver o aspirante. Vocês devem indagar e discernir: objetos proporcionam felicidade? Será que alguém está feliz? Como se pode ser feliz multiplicando desejos e envidando esforços frenéticos para alimentar o fogo devastador? Vocês acabarão descobrindo por experiência própria que a felicidade é um dom interior, um tesouro espiritual que se pode conquistar por meio da equanimidade. A Lua é a divindade que preside a mente; ela deve brilhar, fresca e reconfortante, eternamente e em plenitude, no firmamento interno do coração (hridaya-akasha). A Lua física no exterior cresce e míngua, mas a mente no interior deve ser treinada para resistir a mudanças e estados de espírito e não apresentar marcas; ela deve ser sempre um plenilúnio para o aspirante espiritual vitorioso! (Discurso Divino, 17 de julho de 1962)

Sri Sathya Sai Baba

25 julho de 2021

Saibam que acordar do sono é apenas o nascimento e que adormecer é a morte. Todas as manhãs, quando despertarem, orem: “Ó Senhor, nasci agora do ventre do sono. Estou determinado a realizar todas as minhas tarefas de hoje como uma oferenda a Ti, tendo-Te sempre presente diante dos olhos da minha mente. Faz com que os meus pensamentos, palavras e atos sejam sagrados e puros. Não permitas que eu cause sofrimento a ninguém nem que me façam sofrer. Orienta-me e guia-me neste dia”. À noite, ao adentrarem os portais do sono, orem: “Ó Senhor! As tarefas deste dia, cujo fardo coloquei sobre Ti esta manhã, estão terminadas. Foste Tu que me fizeste pensar, falar, andar e agir; portanto coloco aos Teus Pés todos os meus pensamentos, palavras e ações. A minha tarefa está cumprida. Recebe-me, estou voltando para Ti”. Adotem estas como suas orações diárias. Essa atitude piedosa educará os seus impulsos de tal maneira que a Inteligência Interior será plenamente revelada. (Discurso Divino, 27 de julho de 1961)

Sri Sathya Sai Baba

 

26 julho de 2021

Não façam prática espiritual intermitente; façam-na de forma disciplinada e contínua. Caso contrário, será como regar uma planta durante algum tempo, deixá-la secar e começar de novo. O ponto central entre as sobrancelhas no qual vocês devem se concentrar não é aquele onde elas se encontram no centro da testa; é um ponto na sua consciência interior - o seu coração (hridaya). Como as donzelas celestiais enviadas por Indra para quebrar a penitência dos sábios, vocês ouvirão nove variedades de música durante a meditação, mas isso não deve levá-los a se sentir exultantes e suspender a sua meditação. Imbuídos de um desejo sincero, determinem-se a ser bem-sucedidos. Nem mesmo Garuda conseguirá alcançar o objetivo se não abrir as asas e saltar para o céu. Então façam um movimento, deem um passo à frente. Essa é a tarefa imediata. A sua determinação neste dia deve ser a de começar com um desejo sincero de obter êxito. A luz será derramada pela graça do Senhor, que veio para ajudá-los. (Discurso Divino, 17 de julho de 1962)

Sri Sathya Sai Baba

 

27 julho de 2021

Afirmou-se há pouco que todos vocês são como rochedos, ásperos e duros, e que a devoção tem o poder de torná-los macios e suaves. Agora, o que faz um escultor quando vê uma boa rocha? Visualiza na mente a adorável imagem de Deus que dorme no seu interior e é então dominado pela ideia de libertar essa imagem do rijo aperto da pedra. Com o cinzel, remove o excesso que se acha ao redor da bela figura e finalmente liberta a imagem. A pedra tem que sofrer todo esse duro cinzelamento para se tornar a imagem de Deus. Da mesma forma, vocês devem livrar-se de todos os impedimentos, de todos os estorvos que os arrastam para baixo, fazendo com que sejam uma rocha em vez de um devoto, um asceta da mais elevada ordem (paramahamsa) ou mesmo o Ser Supremo (Paramatma). (Discurso Divino, 27 de julho de 1961)

Sri Sathya Sai Baba

 

28 julho de 2021

A mente tece um casulo para aprisionar a alma individual. O karma, que é a atividade da ignorância (maya), envolve o indivíduo em suas garras. É a casca que faz a semente do arroz crescer e produzir mais pés e mais grãos de arroz. Retire-se a casca e a semente não germinará! A casca (karma) faz a alma individual brotar, experimentar o prazer e a dor produzidos pelas impressões deixadas inconscientemente na mente por ações passadas (vasanas), boas ou más, e realizar ritos de purificação e cerimônias sagradas. Consequentemente, vocês recompensam e punem a si mesmos como resultado das suas próprias atividades! Vocês nasceram nesta época porque desejaram vir e gravitam em direção ao nível até o qual as suas ações os arrastam ou os elevam! Constroem o seu próprio futuro com os seus pensamentos, desejos e atos. (Discurso Divino, 17 de julho de 1962)

Sri Sathya Sai Baba

29 julho de 2021

Todos são atores no drama projetado pelo Senhor - bonecos dançando e agindo à medida que Ele puxa os cordões. O papel de vocês pode ser o de um oficial, um soldado, um fazendeiro, um mendigo ou um escriturário. Desempenhem-no bem para que o drama seja um sucesso. Façam tudo com espírito de dedicação, como se a cada momento estivessem agindo, falando e até mesmo sentindo em resposta a um comando recebido. Para se obter esse clima de dedicação, os aforismos sobre a devoção (bhakti sutras) prescrevem nove caminhos, porém o mais fácil e viável é levar uma vida na constante lembrança do Senhor. Uma barra de ferro afunda na água, mas se a malharem e moldarem no formato de um recipiente, ela flutuará alegremente e poderá até mesmo carregar algum peso. De igual modo, a mente humana afunda facilmente no mar dos sentidos, mas se a malharem com o Nome do Senhor, tornando-a vazia, ela flutuará com segurança em um mar de problemas. (Discurso Divino, 27 de julho de 1961)

Sri Sathya Sai Baba

30 julho de 2021

A ignorância (maya) é como o fantasma de uma mulher tribal, o qual certa vez possuiu um eminente erudito (pandit) em um eremitério nos Himalaias. O infeliz passou a cantar e dançar como qualquer donzela da tribo. Praguejava e amaldiçoava no dialeto dos fantasmas (paisachi) e todos no eremitério ficaram com vergonha da sua companhia. Finalmente, quando o fantasma foi exorcizado, o pandit, assim libertado, retornou ao seu eu original. Ele não se lembrava das suas tagarelices nem das peças que pregava nos outros. De igual modo, a humanidade é possuída pelo fantasma da ignorância (maya), que deve ser expulso. A maneira de exorcizá-lo é ensinada pelo guru ou pela Gita. Não se desesperem; ele pode ser expulso. A confiança acrescenta a coragem e a força necessárias. Não duvidem nem se entreguem ao desespero. É algo que deverá acontecer, quer vocês lhe deem as boas-vindas ou não, quer se esforcem por isso ou não - essa é a razão do seu nascimento, a meta que têm que alcançar. Vocês não vieram para se tornar um instrumento nas mãos de um fantasma. (Divino Discurso, 17 de julho de 1962). 

Sri Sathya Sai Baba

 

31 julho de 2021

A autodisciplina é o fundamento básico para uma vida bem-sucedida. Somente por meio da autodisciplina se consegue alcançar a paz real e duradoura, e sem paz não pode haver felicidade. A paz é a própria natureza do Atma. Ela coexiste apenas com um coração puro; jamais se associa a um coração ganancioso e cheio de desejos. A paz é a marca distintiva dos iogues, dos sábios e dos virtuosos. Ela foge dos egoístas e daqueles que se entregam à sensualidade; odeia a companhia de tais pessoas. A paz é plena de elevação espiritual e da sabedoria que é o acompanhamento natural da bem-aventurança. Somente pelo controle dos sentidos se obtém a paz genuína, que então pode ser chamada de paz suprema. A experiência desse estágio é o "Fluir da Paz Suprema" (Prashanti Vahini). Conquista-se e mantém-se inabalável a paz acalmando a agitação mental que surge como ondas e nivelando os redemoinhos e turbilhões de gostos e aversões, de amor e ódio, de alegria e tristeza, de esperança e desespero. (Prashanti Vahini, cap. 2)    

                                                                                                                                                                                                                             Sri Sathya Sai Baba            

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