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01 de setembro de 2024

O corpo é como um colmo de cana-de-açúcar. Somente quando ele passa por várias dificuldades é que se pode experimentar a doce bem-aventurança da autorrealização. Essa doçura é a própria Divindade. Onde ela reside no ser humano? Está presente em cada um dos seus membros e órgãos. Todos têm fé no poder do amor. Mas como cultivar e nutrir esse amor? Esta é uma pergunta que pode surgir na mente de muitos. Quando as pessoas indagam: “Como podemos desenvolver o nosso amor pelo Senhor?”, a resposta é: “Há apenas um meio: pondo em prática o amor no qual vocês têm fé; se o fizerem, esse amor crescerá”. A sua fé esmorece porque não praticam o que professam. Uma planta só se desenvolve se é regada regularmente. De igual modo, após terem plantado a semente do amor, vocês só poderão fazê-la crescer se a regarem diariamente com a água do amor. Então a árvore do amor crescerá e produzirá os frutos do amor. Atualmente os seres humanos não realizam atos que promovem o amor. No entanto, se vocês desejam desenvolver amor pelo Senhor, devem praticar continuamente a devoção amorosa a Ele. (Discurso Divino, 2 de setembro de 1991)

Sri Sathya Sai Baba

02 de setembro de 2024

O Deus Sem Forma assume uma forma humana quando a virtude dos bons e a iniquidade dos maus atingem um determinado nível. Tanto a devoção do jovem Prahlada quanto o desprezo do seu pai, o rei-demônio Hiranyakashipu,  tiveram que amadurecer antes que o advento do Avatar Narasimha pudesse ocorrer. Para conhecer a verdade a respeito de uma Encarnação Divina, o aspirante espiritual precisa cultivar a própria mente, tal como um fazendeiro faz com o campo. Ele deve limpar o terreno de vegetação rasteira espinhosa, trepadeiras selvagens e raízes frágeis; depois tem que arar a terra, irrigá-la e lançar nela as sementes. É necessário proteger as mudas e os rebentos de pragas de insetos e cercar todo o terreno para evitar danos causados por cabras e outros tipos de gado. Similarmente, é preciso remover do coração o egoísmo, o orgulho e a cobiça. A Verdade, a repetição do Nome do Senhor e a meditação correspondem ao preparo e nivelamento do solo. O Amor é a água que deve umedecer bem a terra a fim de torná-la macia e fértil. O Nome do Senhor é a semente, a devoção é o broto. O desejo e a raiva são o gado, a disciplina é a cerca. Finalmente, a bem-aventurança é a colheita! (Discurso Divino, 23 de novembro de 1964)

Sri Sathya Sai Baba

03 de setembro de 2024

Hoje em dia, ouve-se falar muito em igualdade, falar que todos são iguais. Trata-se de uma noção equivocada, pois encontramos pais e filhos em condições diferentes; quando uns estão felizes, os outros estão infelizes! Não há igualdade na fome ou na alegria! É claro que todos têm o mesmo direito ao amor, à compaixão e à Graça Divina. Em um hospital, todos têm direito a remédios, mas os que são ministrados a um paciente não devem ser dados a outro! Não pode haver igualdade na distribuição de medicamentos! Cada paciente deve tomar aquele que o curará da sua enfermidade. Sei que essa luta em favor da igualdade é apenas um dos meios pelos quais o ser humano procura obter bem-aventurança! É com esse objetivo que atualmente, em quase todos os lugares do mundo, os seres humanos estão seguindo muitos desses atalhos e caminhos errados. Deixem-me dizer-lhes, porém, que a bem-aventurança será inalcançável sem que haja uma reforma da conduta, do comportamento diário e dos pequenos atos da vida cotidiana. Considero a conduta como o mais essencial! (Discurso Divino, 23 de novembro de 1964)

Sri Sathya Sai Baba

04 de setembro de 2024

Manifestações do Divino Atma, do Divino Ser Interno! Desde tempos imemoriais, as perguntas “Onde está Deus?” e “Como Ele se manifesta?” têm agitado a mente das pessoas, que têm buscado respostas usando diferentes métodos de investigação. No entanto, crentes, descrentes, aqueles que nutrem dúvidas e outros – nenhum deles conseguiu obter respostas claras para tais indagações. Afinal, para compreender a Verdade, é necessário olhar para dentro de si mesmo. Não se pode aprendê-la em livros nem com professores. A Consciência está presente na mente e permeia todas as coisas. É dela que derivam o poder da visão nos olhos e do paladar na língua. As pessoas usam os órgãos dos sentidos, porém não conhecem a fonte do Poder que os ativa. Não se pode compreender a Consciência por meio da visão física. Ela está bem no íntimo de cada indivíduo. As pessoas realizam, em vão, práticas externas e exercícios espirituais para encontrá-la. Toda a Criação é uma expressão da Vontade Divina. A Natureza é uma manifestação de Deus. O ser humano também é parte da Natureza e, portanto, possui em si o Poder Divino. (Discurso Divino, 19 de setembro de 1993)

Sri Sathya Sai Baba

05 de setembro de 2024

Professores! Ensinem aos seus jovens alunos os ideais dos grandes sábios, heróis e heroínas da Índia, que defenderam as mais elevadas virtudes e serviram de exemplo para o mundo. Os estudantes devem aprender a ser filhos ideais, como foi outrora o jovem Shravan Kumar. Um bom filho pode redimir uma família inteira. O príncipe Ekalavya é um modelo de devoção suprema ao Guru. Prahlada, filho do rei-demônio Hiranyakashipu, deve ser considerado o exemplo máximo de fé inabalável no Senhor. Cabe aos professores incutir nos alunos essa devoção a Deus. Em nome do secularismo, os governos não devem interferir na prática religiosa dos cidadãos. Ninguém deve criticar as crenças alheias. A Divindade adorada por todas as religiões é uma só, embora receba diferentes nomes. Sendo assim, não se devem incentivar conflitos violentos em nome da religião. É necessário que os professores ensinem as crianças a respeitar todas as crenças e também a compreender o verdadeiro propósito da educação, que é prepará-las para levar uma existência virtuosa e não para ganhar a vida. Afinal, boas qualidades são mais valiosas que dinheiro. (Discurso Divino, 22 de julho de 1994)

Sri Sathya Sai Baba

06 de setembro de 2024

O Divino é Pleno, a Criação é Plena. Mesmo quando surgiu a Criação e o Cosmos pareceu ter sido criado a partir do Divino, não houve nenhuma diminuição na plenitude do Pleno. Vocês vão à mercearia para comprar um quilo de rapadura. O vendedor traz do seu estoque um grande bloco e dele corta um pedaço de aproximadamente um quilo; então, depois de pesá-lo, ele lhes entrega um quilo de rapadura em troca do valor equivalente a essa quantidade do produto. Vocês provaram um pedacinho do bloco original, esperando que o pedaço que iriam comprar tivesse a mesma doçura. Já em casa, pegam um pouco da rapadura para preparar uma bebida doce. A bebida, o quilo da rapadura e o bloco original são igualmente doces. A plenitude é a qualidade do Divino; ela está presente tanto na parte como na metade ou no todo. O critério não é a quantidade, e sim a qualidade. No mundo visível, criado a partir da substância do Divino, encontra-se igualmente a qualidade da plenitude. Não consideremos o mundo como nada menos que o próprio Deus. (Discurso Divino, 23 de julho de 1975)

Sri Sathya Sai Baba

07 de setembro de 2024

“Ó, filho de Parvati, Senhor dos Ganas!” É assim que os Vedas enaltecem Ganapati, outro nome de Ganesha. Quem são esses Ganas? São seres celestiais ou demoníacos? São seres celestiais. E onde eles estão? Vagando no mundo exterior ou presentes de forma sutil nos seres humanos? Ganesha é chamado de Ganadhipati porque é o Senhor Supremo dos Ganas, que são personificações dos órgãos da percepção (jñanendriyas) e dos órgãos da ação (karmendriyas). A mente é a mestra desses dez sentidos ou indriyas, e a deidade que preside a mente é Indra, o Senhor dos Sentidos. O mestre da mente é o intelecto. O que significa o nome “Ganapati”? “Ga” quer dizer “intelecto” e “na” significa “sabedoria”. Ganesha é chamado de Ganapati porque, no aspecto de Vighneshvara, ou seja, “Aquele que remove os obstáculos”, ele é o Senhor do Intelecto e da Sabedoria. Daí se conclui que os Ganas são partes do corpo humano. (Discurso Divino, 29 de agosto de 1995)

Sri Sathya Sai Baba

08 de setembro de 2024

Vocês podem instalar imagens e adorá-las. No entanto, não se esqueçam do significado interno de toda adoração. As atividades externas são necessárias apenas para ajudá-los a entrar no espírito da não dualidade e experimentar a unidade na diversidade. Amor e sacrifício são muito importantes. Onde há amor puro, imaculado, altruísta, sagrado e sublime não existe absolutamente nenhum medo. Dar sem nada obter é o princípio subjacente na prática espiritual. Vocês têm o coração cheio de amor, mas talvez o estejam direcionando para fins egoístas em vez de direcioná-lo para Deus. O Divino está no coração e não na cabeça, está no coração repleto de amor. Nestes dias festivos, lembrem-se de que Deus é um só e que todas as religiões defendem o mesmo princípio: ”Só existe um Deus, e Ele é onipresente”. Vocês não devem ter desprezo por nenhuma religião, pois cada uma delas é um caminho para Deus. Cultivem o amor por seus semelhantes e recebam o nobre amor do Divino. Esta é a meta da vida. (Discurso Divino, 9 de setembro de 1994)

Sri Sathya Sai Baba

09 de setembro de 2024

A consciência da própria identidade como o Ser Interno é o sinal da sabedoria, o acender da lâmpada que dissipa a escuridão. O Ser Interno é a personificação da Bem-Aventurança, da Paz, do Amor; porém, sem saber que todos esses estados já existem no seu interior, as pessoas os procuram fora de si mesmas e se consomem nessa busca frustrante. As aves que voam para longe dos mastros de um navio precisam retornar a eles, uma vez que não têm outro lugar onde recolher as asas cansadas e repousar! Sem tal sabedoria, serão infrutíferos todos os esforços para alcançar a bem-aventurança e a paz espirituais. Vocês podem ter arroz, lentilhas, sal, legumes e tamarindos, mas se não dispuserem de fogo para cozinhá-los e torná-los macios e saborosos, eles serão inúteis, como se não existissem! Da mesma forma, a repetição do Nome de Deus, a meditação, rituais de oferenda e peregrinações serão ineficazes se não houver o conhecimento da própria realidade e identidade básicas como parte preparatória para o processo. O Ser Interno é a fonte e origem de toda alegria e paz; isso é algo do qual se deve estar consciente e sobre o qual se deve refletir. Sem essa consciência, a vida humana é uma oportunidade perdida! (Discurso Divino, 16 de março de 1966)

Sri Sathya Sai Baba

10 de setembro de 2024

Nosso próprio corpo pode ser chamado de um campo de virtudes (Dharmakshetra). De fato, quando uma criança nasce, ela é pura e sem mácula; ainda não foi contaminada pelos seis inimigos do ser humano: raiva, ganância, luxúria, egoísmo, orgulho e ciúme. Está sempre feliz e chora somente quando sente fome. Permanece contente seja quem for aquele que a afague - rei ou plebeu, santo ou ladrão. Seu corpo não é afetado pelas três qualidades básicas inerentes à matéria (gunas) e, por isso, é um campo de virtudes (Dharmakshetra). Com o passar do tempo, o corpo em crescimento acumula características como inveja, ódio e apego, que, ao se desenvolverem, o transformam em um campo de atividade e conflito (Kurukshetra). A batalha entre os Pandavas e os Kauravas durou apenas 18 dias, mas a guerra entre as boas e as más qualidades dentro de nós é travada por toda a vida. As qualidades rajásicas (de atividade, intempestividade, paixão) e tamásicas (de inércia, obtusidade) estão associadas ao ego e ao senso de “meu”. A própria palavra “Pandava” representa a pureza e a natureza equilibrada e serena (qualidade sátvica). O nome “Pandu” significa brancura e pureza. Os cinco Pandavas, filhos do rei Pandu, eram portadores dessa pureza. A guerra entre os Pandavas e os Kauravas simboliza a batalha interna que ocorre em cada um de nós - a guerra entre a qualidade da pureza e do equilíbrio (satva) e as outras duas qualidades, da paixão (rajas) e da inércia (tamas). (Discurso Divino, 5 de setembro de 1984)

Sri Sathya Sai Baba

11 de setembro de 2024

A vida é uma luta contínua contra inimigos, uma batalha contra obstáculos, tentações, dificuldades e hesitações. Esses inimigos estão no interior do ser humano e, portanto, a batalha deve ser incessante e perpétua. Assim como um vírus se desenvolve na corrente sanguínea, os vícios da luxúria, da cobiça, do ódio, da maldade, do orgulho e da inveja drenam a energia e a fé do ser humano e acabam por levá-lo à perdição. Ravana, o rei-demônio, possuía erudição, força, riqueza, poder, autoridade e a graça de Deus. No entanto, apesar de todas as suas conquistas, os vírus da luxúria e do orgulho que se alojaram na sua mente causaram a sua destruição! Ravana não conseguiu viver em paz e alegria por um momento sequer depois que eles entraram em ação. A virtude é força, o vício é fraqueza. Os seres humanos diferem entre si nessa luta contra os inimigos internos. Cada um colhe os frutos da sua prática espiritual e das suas ações nesta vida e em existências anteriores. A vida não é uma fórmula matemática na qual a soma de dois mais dois é sempre igual a quatro. Para alguns, pode ser três; para outros, cinco. Depende do valor atribuído ao algarismo dois. Além disso, no caminho espiritual, cada um deve avançar a partir do ponto em que se encontra, de acordo com o seu próprio ritmo e com a luz da lâmpada que segura na mão. (Discurso Divino, 16 de março de 1966)

Sri Sathya Sai Baba

12 de setembro de 2024

Vocês podem estar preocupados porque Me prometeram alguma coisa, e agora se sentem tentados a não cumprir a palavra dada. Ora, não hesitem! Quando prometerem que não vão fumar ou assistir a filmes, a promessa deve ser clara, firme e absoluta. Eu não ganho nada com a sua promessa, assim como não perco nada se deixarem de cumpri-la. Mas vocês ganham autoconfiança, força, fibra moral e bem-aventurança. Sim, a sua bem-aventurança é o Meu alimento; portanto, Eu também ganho! Durante o dia, a neve nos picos das montanhas amolece devido à presença do Sol; à noite, ela endurece porque o Sol está ausente. De igual modo, um coração endurecido endurece o Meu, enquanto um coração terno o suaviza. Entendam o seguinte: cada um de vocês conhece o amor de uma única mãe, porém a Minha afeição, o Meu amor por todos vocês é o amor de mil mães! Não se privem dessa afeição, desse amor, negando-Me o seu amor! (Discurso Divino, 4 de outubro de 1970)

Sri Sathya Sai Baba

13 de setembro de 2024

Entre os irmãos Pandavas, alguns superavam Arjuna em certos aspectos. Dharmaraja, o irmão mais velho, era mais sereno. Por que, então, a sagrada Gita não foi ensinada a ele? Em termos de força física, Bhima era muito superior. Por que a Gita não foi direcionada a ele, e sim a Arjuna? Dharmaraja era, sem dúvida, a personificação do Dharma, da Retidão. Contudo, não teve a capacidade de prever a devastação causada pela guerra. Não considerou as consequências da sua ação e só adquiriu sabedoria após aquele acontecimento. Bhima possuía grande força física e bravura, porém não tinha inteligência suficiente. Arjuna, entretanto, possuía visão. Ele disse a Krishna: “Prefiro morrer a lutar contra essas pessoas porque, se eu vencer, será à custa de lhes tirar a vida e causar muito sofrimento”. Em contrapartida, Dharmaraja travou a guerra e, ao perder seus amigos e parentes, sentou-se, abatido, lamentando tudo o que havia ocorrido! Quando se age sem prever as consequências, é inevitável se arrepender dos resultados de uma ação impensada. (Discurso Divino, 5 de setembro de 1984)

Sri Sathya Sai Baba

14 de setembro de 2024

É uma crença comum que Deus tenha encarnado como Vamana para extirpar o ego do imperador Bali, mas isso não é verdade. Essa encarnação teve como propósito lhe conceder a dádiva da liberação. Bali não tinha nenhum resquício de ego. Quando Vamana lhe pediu “três passos de chão”, o seu guru fez o possível para dissuadi-lo de atender a esse pedido. “Meu caro! Ele não é um mendicante comum. É o próprio deus Narayana. Se você concordar em Lhe dar o que pede, certamente será arruinado!” Entretanto, o imperador Bali respondeu: “Quem quer que seja, ele fez um pedido, e é meu dever concedê-lo. É uma grande sorte minha que o Senhor Narayana tenha vindo, com as mãos estendidas, receber um presente meu. Neste momento, não ouvirei os seus ensinamentos. A mão que dá está em cima da mão que recebe. Esta é, realmente, uma sorte única”. Os três passos são o físico, o mental e o espiritual. Os dois primeiros passos de Vamana cobriram a Terra e o Céu e, para o terceiro, o coração do imperador Bali era o presente mais apropriado! Como o seu coração foi oferecido ao Senhor Narayana, o seu corpo imergiu nas regiões etéreas. Os dois primeiros passos significam que a identificação com o corpo e a mente havia sido eliminada. Bali alcançara o estágio de entrega total. O seu coração, a sua mente e a sua inteligência pertenciam ao Senhor. (Divino Discurso, 1º de setembro de 1982).

Sri Sathya Sai Baba

15 de setembro de 2024

O imperador Bali compreendia a glória e a majestade divinas. Ele disse ao seu guru: “A mão de Deus, que concede dádivas a incontáveis devotos, está estendida para receber o que eu ofereço em resposta ao Seu desejo. Essa mão tem todos os mundos ao seu alcance. E o que o Senhor deseja de mim? Somente o que Ele me concedeu! Veio até mim nessa Forma para me pedir tudo o que possuo, pois foi justamente isso o que Ele me deu”. O imperador Bali tinha a convicção de que o Senhor dá e o Senhor toma, que ele era apenas um instrumento e que o seu destino era se fundir em Deus. Portanto, neste dia festivo, em que celebramos a dedicação e a renúncia de Bali, devemos fortalecer a nossa fé no seguinte: a Vontade Divina deve prevalecer e prevalece sobre todo esforço humano. Além disso, devemos compreender que o sacrifício é a disciplina espiritual mais elevada. Sejam como o jovem Prahlada e o imperador Bali. Não sejam como o pai de Prahlada, o rei-demônio Hiranyakashipu, pois indivíduos como ele estão cegos pelo egoísmo. Orem a Deus; que a oração seja o seu alento. Não entrem em conflito com Deus e, assim, não caiam em desgraça. Esta é a Minha mensagem neste dia de Onam, o Festival da Colheita. (Discurso Divino, 1º de setembro de 1982)

Sri Sathya Sai Baba

16 de setembro de 2024

O cultivo de boas qualidades implica livrar-se de todas as más qualidades. Dentre estas, duas são particularmente indesejáveis: a inveja e o ódio. Elas são como cúmplices, uma ajudando e incentivando a outra em todas as ações. A inveja é como a praga que ataca a raiz de uma árvore, enquanto o ódio se assemelha ao inseto que devora os seus galhos, folhas e flores. Quando os dois estão juntos, a árvore pode parecer linda e exuberante, porém está sendo completamente destruída. Similarmente, a inveja ataca uma pessoa a partir do seu interior, de modo invisível, enquanto o ódio se manifesta abertamente. Quase ninguém está livre do vício da inveja, que pode surgir até mesmo de questões muito triviais, e da inveja nasce o ódio. Para se livrar do ódio, é preciso praticar constantemente o amor. Onde existe amor, não há espaço para a inveja e o ódio, e onde não existe inveja nem ódio, há verdadeira bem-aventurança. (Discurso Divino, 6 de setembro de 1984)

Sri Sathya Sai Baba

17 de setembro de 2024

Somente a luz tem o poder de dissipar a escuridão. Mas ela possui ainda outro poder: a luz, ou seja, a sua chama sempre se eleva. Mesmo que se coloque uma lamparina em um poço, a luz se espalhará apenas para cima. Então, duas características importantes da luz são dissipar a escuridão e se elevar. No entanto, para brilhar de forma contínua, como a Luz Ininterrupta ou Akhanda Jyoti, ela necessita de uma base apropriada. Primeiramente, a luz (no caso, a lamparina) precisa de um recipiente. Depois, será necessário um pavio para acender a chama, e óleo no pavio e no recipiente. Esses três não são suficientes para fazer a luz brilhar; também se precisa de um palito de fósforo para acender a lamparina. Mas será possível fazer uma luz brilhar somente com um recipiente, um pavio e óleo? Fabricar joias tendo apenas ouro e pedras preciosas? Ou fazer uma guirlanda só com uma agulha, linha e flores? Será necessário alguém para fazer a guirlanda com esses materiais, assim como se precisa de um ourives para fabricar joias usando ouro e pedras preciosas. Similarmente, mesmo que se disponha destes quatro objetos – um recipiente, um pavio, óleo e um palito de fósforo –, haverá necessidade de alguém para acender a lamparina. Esse alguém é Deus. (Discurso Divino, 20 de outubro de 1990)

Sri Sathya Sai Baba

18 de setembro de 2024

Sócrates costumava reunir jovens ao seu redor e ensiná-los a investigar o que é transitório e o que é permanente. Dizia-lhes que somente aqueles que possuem as qualidades da devoção e da dedicação têm o direito de exercer o poder. Um governante deve aderir à verdade e mostrar gratidão a Deus. Inflado pelo ego, não deve esquecer o Todo-Poderoso. Aqueles que não apreciavam os seus ensinamentos apresentaram acusações contra ele. Condenado à morte, Sócrates escolheu morrer bebendo cicuta de um cálice entregue pelas mãos dos seus discípulos. Disse-lhes, nessa ocasião, que ninguém deve morrer deixando dívidas não saldadas. Contou a um deles que devia um galo a um amigo e pediu que esse débito fosse quitado. O profeta Maomé pediu aos discípulos que, antes do seu falecimento, fosse pago o dinheiro que devia a um condutor de camelos. Quitar as dívidas é considerado uma obrigação sagrada. O rei Harischandra sacrificou tudo para honrar a palavra dada. Todas as religiões enfatizam a grandeza da verdade, do sacrifício e da unidade. (Discurso Divino, 25 de dezembro de 1990)

Sri Sathya Sai Baba

19 de setembro de 2024

Vocês devem aprender a nadar para escapar de um rio caudaloso; e têm que aprender a Bhagavad Gita, ou os ensinamentos do Senhor, para escapar ao torvelinho do ciclo de nascimentos e mortes. O guru lhes indica a meta; revela a Realidade do Ser Interno. Um indivíduo que se debate em um pântano não pode ser salvo por outro que também está preso na lama. Somente alguém em solo firme conseguirá tirá-lo de lá. Portanto, o guru deve ter os pés firmes, acima e além do lodaçal da mundanidade. Os sábios lutaram consigo mesmos e se elevaram a regiões mais puras do pensamento para descobrir a sua própria verdade. Sentiram a emoção dessa descoberta e cantaram a liberdade que haviam conquistado. Tais cantos servem como guias, e todos os que deles se beneficiam devem reconhecer essa dívida. Como honrar a dívida que se tem com os sábios? Estudando e refletindo sobre o que eles cantaram a respeito da sua liberação, praticando a disciplina espiritual que adotaram e provando, com base na própria experiência, que eles estavam certos! (Discurso Divino, 26 de abril de 1965)

Sri Sathya Sai Baba

20 de setembro de 2024

Muitos eruditos declaram ser expoentes de Escrituras Sagradas, como os Vedas e os Shastras, mas o que importa não é o que ensinam, e sim como vivem. Muitos cantam a glória do Senhor, porém poucos vivem na Sua constante presença e na plena consciência dessa glória que preenche o Universo. Cantam em louvor a Krishna, mas não transformam o coração em um lugar sagrado, para que Krishna possa vir e se instalar nele. Peço que fixem a mente em qualquer Nome do Senhor que lhes traga à consciência a glória e a graça divinas. Além disso, treinem as mãos para realizar atos que sirvam ao Deus que resplandece em cada ser. Ele barbeia como o barbeiro, molda vasos como o oleiro, engoma e passa roupas como a lavadeira. Todos os seres humanos são Ele. É Ele quem motiva, inspira, concebe e concretiza. Vocês consideram uma folha de papel com a Minha imagem impressa como sendo Eu mesmo. Reverenciam-na e se prostram diante dela. Por que, então, não podem reverenciar todos os seres humanos, acreditando que estou em cada um deles, em uma forma ainda mais nítida? (Discurso Divino, 26 de abril de 1965)

Sri Sathya Sai Baba

21 de setembro de 2024

O corpo humano é composto de karma, no sentido de “ação”. Consequentemente, as Escrituras Sagradas descrevem o ser humano como karmaja, isto é, nascido em resultado da ação. Toda e qualquer ação realizada pelo ser humano com seus membros e órgãos só é possível graças ao Divino. Sendo assim, ele deveria considerar sagradas todas as ações. No entanto, tudo o que faz é motivado pelo ego, por interesse próprio e desejo pelos frutos das suas ações. É para colher os frutos das ações praticadas com expectativa de recompensa que o ser humano renasce! “A ação é o vínculo no mundo dos seres humanos”, diz a Bhagavad Gita. O ser humano está vinculado ao karma, ou seja, à ação. Quando as ações são realizadas como oferendas ao Divino, elas se tornam santificadas. O aspirante espiritual deve converter todas as ações naturais do ser humano em Karma Yoga ou Yoga da Ação. É preciso entender claramente a distinção entre karma e Karma Yoga. As ações praticadas de forma egoísta e com desejo de recompensa são karma, são ações que vinculam. Já as realizadas de maneira altruísta, desprovidas de ego e sem nenhuma expectativa de recompensa se tornam Karma Yoga. (Discurso Divino, 19 de novembro de 1990)

Sri Sathya Sai Baba

22 de setembro de 2024

Onde quer que estejam, ofereçam serviço com todo o seu coração. Considerem que, ao oferecê-lo, vocês servem a si mesmos, não aos outros. Isso lhes conferirá autossatisfação. Verifiquem se, ao prestar serviço, estão obtendo autossatisfação ou tentando se exibir. Se houver ostentação no serviço, nenhuma alegria verdadeira se poderá extrair dele. O ego não retrocederá. E, sem a eliminação do ego, não se pode experimentar bem-aventurança espiritual. Encarnações do Divino Atma! A situação do mundo atual é terrível e assustadora. Para onde quer que se virem, vocês são confrontados pelo medo. Quer permaneçam em casa ou saiam à rua, quer viajem de trem ou caminhem pela estrada, o medo os assombra. O mundo está envolvido pelo medo. Para expulsá-lo, desenvolvam fé inabalável em Deus como o seu único refúgio. Abandonando todo o medo, continuem o seu trabalho com coragem e determinação e, sem preocupações de qualquer natureza, envolvam-se profundamente em atividades de serviço! (Divino Discurso, 19 de novembro de 1990)

Sri Sathya Sai Baba

23 de setembro de 2024

O ser humano nasce neste mundo, mas não alcança o objetivo do seu nascimento. Esquecendo esse objetivo, ele se considera mestre da Natureza e, em sua insana presunção, se esquece da sua própria divindade. É incapaz de reconhecer que é a Natureza que concede ou retira, abençoa ou pune; que o domínio da Natureza é extenso. A Natureza preside cada aspecto da vida. Em seu profundo envolvimento com preocupações mundanas, o ser humano tende a se esquecer da sua divindade e do que deve à Natureza. Todas as coisas na Criação são iguais aos olhos de Deus. Ele é imanente em todas elas. Por conseguinte, Deus e a Natureza não devem ser considerados como entidades distintas. Eles estão inter-relacionados de forma inseparável, como o objeto e a sua imagem. No entanto, ao olhar externamente para a Natureza, o ser humano a considera como simplesmente física e destinada a lhe proporcionar os confortos que busca. A Natureza é o melhor mestre para o ser humano, a quem cada objeto e cada indivíduo oferecem lições de vários tipos a todo momento. Esta verdade foi reconhecida pelos indianos de outrora. É a característica fundamental da sagrada cultura da Índia. (Divino Discurso, 3 de setembro de 1988)

Sri Sathya Sai Baba

24 de setembro de 2024

Imaginem que estamos caminhando no denso crepúsculo do anoitecer, quando se veem as coisas de forma vaga, e uma corda jaz ao acaso no chão! Embora, na realidade, se trate apenas de uma corda, cada um que a vê tem a sua própria percepção sobre ela! Alguns passam por ela, pensando ser uma guirlanda; outros pisam nela, achando que é a marca de um filete d’água corrente! Outros supõem que é um cipó ou uma trepadeira caída no caminho. Há até quem se assuste, acreditando se tratar de uma cobra, não é mesmo? Similarmente, o Único e Supremo Brahman – o Absoluto imutável e eterno, que é sempre Ele e somente Ele – Se manifesta como o mundo de múltiplos nomes e formas. A causa de tudo isso é o crepúsculo da ilusão ou maya. A corda pode parecer muitas coisas e provocar diversos sentimentos e reações nas pessoas. No entanto, mesmo tendo se tornado a base da diversidade, ela não se transforma em muitos; permanece sendo uma só! É sempre a mesma corda! Não se torna uma guirlanda nem um filete d’água, uma trepadeira ou uma cobra. Brahman, o Absoluto, pode ser interpretado erroneamente de diversas maneiras, mas permanece sendo sempre e unicamente Brahman. (Gita Vahini, cap. 12)

Sri Sathya Sai Baba

25 de setembro de 2024

Na Índia, de uma simples pedra até um diamante, de uma formiga até um elefante, de uma pessoa comum até um sábio – cada objeto e cada ser era visto como uma manifestação do Divino e considerado digno de adoração. Esse é o motivo pelo qual imagens de pedra eram sacralizadas e cultuadas. A Índia é a terra onde a delicada planta chamada tulasi ou manjericão-sagrado e a gigantesca figueira-de-bengala eram veneradas com igual devoção. Vacas, cavalos, elefantes e outros animais eram tratados como objetos de adoração. Até mesmo formigas eram consideradas merecedoras de cuidado e proteção e recebiam diariamente farinha de arroz ou açúcar. Acreditava-se que corvos e águias, cães e macacos também eram dignos de veneração. No entanto, os ignorantes, por não compreenderem a profunda verdade subjacente a essa atitude em relação aos diversos objetos da Criação, preferem achar que tal adoração é apenas uma superstição tola, o que é totalmente errado. A Índia acreditava que a expressão do Amor Divino não devia se limitar aos seres humanos, mas se estender a todos os seres. Esse é o grande ideal que a Índia apresentou ao mundo. (Discurso Divino, 3 de setembro de 1988)

Sri Sathya Sai Baba

26 de setembro de 2024

Assim como o fio une as flores da guirlanda, Brahman, o Absoluto, é o fio que permeia e mantém unida a guirlanda de almas. Tal como o alicerce de um edifício, Brahman é a base da estrutura da Criação. Observem o seguinte: apenas as flores e o edifício são evidentes; tanto o fio quanto o alicerce não são visíveis. Isso não significa que eles não existam! Na verdade, o fio e o alicerce sustentam, respectivamente, as flores e o edifício. Com um pequeno esforço de raciocínio, vocês poderão perceber a existência e o valor do fio e do alicerce. Se não se derem a esse trabalho, não conseguirão ter essa percepção! Raciocinem, examinem e descobrirão que há um fio mantendo as flores unidas e um alicerce oculto no solo! Não se deixem iludir pelo conteúdo, por aquilo que é sustentado, negando o recipiente, o sustentáculo, a base, o suporte. Se o negarem, falharão em reconhecer a verdade e se apegarão a uma ilusão. Usem o raciocínio e o discernimento; depois creiam e experimentem! Para tudo o que é visível existe uma base invisível; e, para compreender o invisível, o melhor caminho é a investigação e a melhor prova é a experiência. (Gita Vahini, cap.12)

Sri Sathya Sai Baba

27 de setembro de 2024

O ser humano se distingue dos outros animais e criaturas por sua capacidade de discernir entre o que é permanente e o que é transitório e por sua habilidade de reconhecer o passado, o presente e o futuro. Somente ele tem a capacidade de compreender essa natureza tríplice do tempo. O ser humano pode refletir sobre o passado, especular sobre o futuro e vivenciar o presente. Não deve, porém, se preocupar com o que já passou. O presente é fruto do passado, e o que aconteceu não pode ser recuperado. Preocupar-se com o futuro é inútil, pois ele é incerto. Concentrem-se apenas no presente. Quando falamos em “presente”, normalmente pensamos apenas neste exato momento. Entretanto, a concepção da Divindade sobre o presente é diferente. Para o Divino, “presente” é o que é “onipresente”. Ou seja, o passado e o futuro coexistem no agora, pois o presente é o resultado do passado e contém a semente do futuro. Devido à falta de fé inabalável na onipresença de Deus, o ser humano se preocupa com o passado, com o presente e com o futuro. No entanto, para o Divino, essas três categorias de tempo não existem. (Discurso Divino, 3 de setembro de 1988)

Sri Sathya Sai Baba

28 de setembro de 2024

As pessoas perguntam: “Onde está Deus?” A resposta é dada pela Natureza. Quem criou os cinco elementos, os cinco alentos vitais, os cinco envoltórios, os cinco órgãos externos e os cinco órgãos internos dos sentidos, que cumprem todos incessantemente as suas funções, de acordo com papéis estabelecidos? As estações do ano, em seu ciclo regular, ensinam uma valiosa lição ao ser humano. A Natureza é, portanto, a prova evidente da existência de Deus. Ela não tem nenhuma obrigação para com ninguém e não recebe ordens de nenhum indivíduo; atua em conformidade com a Vontade Divina. Os instrumentos artificiais produzidos pelo ser humano funcionam durante algum tempo e logo se tornam inúteis. Na época atual, os cientistas têm lançado muitos satélites ao espaço; no entanto, mais cedo ou mais tarde, a sua vida útil chega ao fim e eles deixam de operar. Por outro lado, ninguém sabe como, nem quando e em que circunstâncias foram criados os planetas, mas eles orbitam no espaço, sem falha ou interrupção, há bilhões de anos. Foram criados para o benefício da humanidade e não para propósitos destrutivos. Deus criou o mundo para o bem do ser humano. (Discurso Divino, 12 de julho de 1988)

Sri Sathya Sai Baba

29 de setembro de 2024

Os quatro objetivos da vida humana são: dharma, artha, kama e moksha, ou seja, a retidão, a riqueza, a realização dos desejos e a liberação final. Tais objetivos podem ser agrupados em pares. Na época atual, enquanto artha e kama – a riqueza e a realização dos desejos – estão em alta, dharma e moksha – a retidão e a liberação –  quase desapareceram. O indivíduo moderno anseia por riqueza e prazeres sensoriais, negligenciando a retidão e a salvação. Estas últimas são, para a vida, como os pés e a cabeça para o corpo, mas o ser humano, hoje em dia, parece estar vivendo sem essas duas partes essenciais. É preciso, então, que esses quatro valores ou objetivos da vida humana sejam agrupados nos seguintes pares: 1) dharma e artha – a retidão e a riqueza –, significando que o ser humano deve adquirir riqueza em prol de uma vida de retidão; 2) kama e moksha – o desejo e a liberação –, com o sentido de que o indivíduo deve aspirar apenas à liberação. Somente uma combinação criteriosa desses quatro objetivos permitirá que o ser humano encontre a plenitude da existência. (Chuvas de Verão, 1979, cap. 27)

Sri Sathya Sai Baba

30 de setembro de 2024

Procurem sempre se colocar no lugar do outro e, a partir dessa perspectiva, avaliem os seus próprios atos. Desse modo, não cometerão erros. Sejam puros em palavras e ações, mantendo afastados os pensamentos impuros. Eu estou em cada um de vocês, e por isso percebo até a mais sutil das suas ondas de pensamento. Quando as roupas ficam sujas, é necessário lavá-las. Se a mente de vocês está poluída, precisam nascer novamente para que ela seja purificada. A lavadeira bate a roupa em uma pedra dura e, em seguida, passa o ferro quente para alisá-la. De igual modo, vocês terão que passar por uma série de provações para se tornarem dignos de se aproximarem de Deus. Vejam-Me como o Residente em todos os seres; ofereçam-lhes toda a ajuda que puderem e todo o serviço de que necessitarem. Não lhes neguem a palavra doce, a mão que dá apoio, o sorriso encorajador, a companhia reconfortante e a conversa consoladora. (Discurso Divino, 11 de outubro de 1969)

Sri Sathya Sai Baba

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